De Canudo e Bola na Mão: Diário de um Desportista Universitário

    Aulas! Não nos esqueçamos desse “pequeno” pormenor. A juntar às atividades já referidas, há um curso para acabar. “Dá para se fazer uma boa gestão. Eu tenho aulas de manhã e à tarde, mas tenho sempre um espaço pelo meio e é aí que trabalho”. E aqui chegamos a uma questão que muitas vezes assola a mente dos universitários: há tempo para tudo? “Há, pode é não ser gerido muito bem. Acho que podia até gerir melhor o meu, porque por vezes a gestão desportiva e os treinos ficam por cima daquilo que realmente interessa, neste caso o estudo.”

    Apesar disso, Rodrigo é assertivo: acha que quem gosta mesmo de um desporto deve realmente falar com as AEs e entrar o mais depressa possível. “Deve-se sempre procurar estas experiências universitárias, que são muito pessoais e sociais. No fundo é criar relações e espírito de equipa, o que é muito útil para a formação de um universitário!”, explica.

    «Quando se gosta de algo, dá tempo para se fazer uma boa gestão. Eu tenho aulas de manhã e à tarde, mas tenho sempre um espaço pelo meio e é aí que trabalho»

    E por falar em formação, continuamos nas aulas. Rodrigo tem-nas até à hora de almoço. Depois disso, segue para o Estádio Universitário de Lisboa, onde está a sede da ADESL. É aqui que revê todas as fichas de jogo da semana e analisa os casos de incumprimento, para posteriormente decidir com os colegas os castigos que irão impor a atletas ou dirigentes com comportamento incorreto. É um trabalho minucioso, mas que, segundo Rodrigo, pode ser feito em casa. Por isso voltamos para ela. Não para a da Ericeira, mas sim para a segunda casa, o ISEL.

    Rodrigo regressa depois do almoço. Tem novamente aulas até cerca das 17h00. É no marcar dessa hora que volta a fazer uma pausa, mas não para descansar: é tempo de se focar no desporto da AE ISEL. Todos os dias tem de dar um bocadinho do seu dia à associação. Naquele dia havia que marcar treinos para o dia seguinte e preparar todo o material para aqueles que aconteceriam nesse dia, um deles o seu – tinha treino de futsal.

    Passeios constantes entre a secretária, para teclar no computador horários semanais, e o armário dos equipamentos, para os arrumar, não lhe deixam muito tempo livre. Mas sempre dá um segundo ou outro para relembrar conquistas. Olhando para três troféus expostos no cimo de um móvel – um deles partido, depois de muitos festejos –, Rodrigo admite que prefere o trabalho no campo, o jogo, do que a parte de secretaria, apesar de gostar de ambos.

    À esquerda o troféu – partido – de campeão de futsal de Lisboa do ano passado; ao meio o troféu de campeão da segunda divisão em 2015/2016; e à direita, o troféu da supertaça universitária de Lisboa de Futsal
    Fonte: Bola na Rede

    E o jogo nem lhe tem corrido nada mal: está nomeado para melhor jogador do Campeonato de Futebol Universitário de Lisboa. Apesar de manter a humildade, não esconde a felicidade pela nomeação, ainda mais por nunca ter tido formação de futebol. “Nunca esperei isto. Nunca tive formação de futebol, aprendi tudo com os amigos e com os treinos que tive aqui no futsal, nada mais”. Ainda estará a tempo de uma carreira de futebol? Talvez não, mas e se o sonho se pudesse concretizar? “Quando somos pequenos temos sempre o sonho de sermos futebolistas, mas com esta idade escolheria o curso acima de uma proposta para jogar futebol”.

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