Recuemos a Setembro de 2015: na equipa B do Benfica e na Youth League despontava um miúdo de tranças que prometia vir a dar que falar, o ‘Bulo’ Renato Sanches. Marcava alguns golos, mas essencialmente empolgava pela pujança que colocava em cada lance disputado. Rui Vitória, habituado a promover jovens por onde vinha passando, não o deixou fugir mais de vista e, numa altura em que a equipa principal vivia tempos algo atribulados, chamou o miúdo e lançou-o às feras.
O resto da história já é conhecido. Ele foi o dínamo da equipa encarnada para a conquista do tricampeonato, foi chamado por Fernando Santos para o Euro’2016, onde se sagrou campeão europeu e foi contratado pelo colosso Bayern de Munique por 35 milhões de euros, numa das transferências mais caras de sempre do futebol português.
Renato Sanches foi transformado quase em herói nacional e as grandes potências do futebol europeu só falavam desta pérola negra. A Federação Portuguesa de Futebol via nele um jogador com carisma, capaz de suceder a Ronaldo no mediatismo além-fronteiras. Mas importava não esquecer algo relevante: o menino tinha apenas 19 anos. É neste contexto que chega a Munique, com tenra idade, mas já com o peso dos 35 milhões que fez os bávaros desembolsarem.
Chega a um Bayern que, depois de conquistar um inédito tetracampeonato, quer ir a todo o gás para o penta. E o grande rival, Dortmund, em boa forma, não deixa espaço para deslizes. Carlo Ancelotti, treinador experiente, sabe disso. Os adeptos bávaros esperam que o ‘Bulo’ pegue na bola, cavalgue metros e adversários e desfira o potente remate de que é senhor. Era exatamente isto que fazia muitas vezes no Benfica.