Liga dos Campeões: A sorte procura-se

    BORUSSIA DORTMUND

    O Dortmund de Tomas Tuchel ainda não consegue emanar a aura demolidora que teve com Klopp, embora se encontrem indícios da mesma, ainda esta época e também na Champions – marcou 21 (!!!) golos na fase de grupos, ainda conseguiu terminar o grupo à frente do Real Madrid, depois de uma boa performance no Santiago Bernabéu, onde neutralizou uma desvantagem de 2-0 para 2-2, concluindo, assim, os seis jogos deste período sem derrotas.

    Na Bundesliga, porém, a equipa não tem estado tão bem, ocupando um modesto 6º lugar no campeonato do seu país que não se coaduna com aquilo que tem feito nos últimos anos, em que liderava a Bundesliga-sem-Bayern com toda a naturalidade.

    Na base desta oscilação pode estar a onda de lesões que tem afectado a equipa do mítico Signal Iduna Park e que esteve na génese de um Borussia desfalcado, por exemplo, em Alvalade, onde, porém, até ganhou.Não fosse isso, e talvez a campanha na Bundesliga fosse mais regular. Afinal, quem tem um ataque com a envolvência deste Borussia, arrisca-se a vencer todos os jogos em que entra.

    Signal-Iduna Park aguarda o Benfica Fonte: BVB Dortmund
    Signal-Iduna Park aguarda o Benfica
    Fonte: BVB Dortmund

    A referência Piere-Emerick Aubameyang é incontornável para se entender o processo ofensivo desta equipa. O  gabonês tem já 19 golos apontados (em 17 jogos!) entre Bundesliga e Champions, e a sua acção vai muito além de “meter as bolas lá para dentro”, afirmando-se, também, como um jogador de ruptura, não sendo raras as vezes em que vai buscar jogo às alas, trazendo-o, como tanto gosta, para o centro do terreno e/ou para as proximidades da àrea, onde conta com o apoio de Reus (que pode perfeitamente desempenhar a posição 9, como tão bem fez contra o Real Madrid, permutando com o goleador da equipa, que também pode assumir a ala esquerda, aliás, foi neste contexto que surgiu o golo do empate frente aos merengues que garantiu o primeiro lugar do grupo) e/ou Mario Gotze, que, porém, assume tarefas de construção, sem esquecer Kagawa, que faz da versitilidade força, ao poder desempenhar todas as posições do meio-campo para a frente com competência.

    Nas alas existe uma envolvência ofensiva absurda por parte dos laterais, com Piszczek e Raphael Guerreiro a integrar-se, como gostam e sabem, de forma brilhante, no ataque, auxiliando a acção vertiginosa da rebeldia própria da juventude que assiste a Dembélé e Pulisic, o primeiro com grande capacidade técnica, o segundo com uma tremenda propensão à ruptura.

    A segurar isto tudo, está Weigl, como pivô defensivo solitário quando a equipa parte de um 4x1x4x1, ou como elemento de construção, onde pode contar com o apoio de Gonzalo Castro (ou vice-versa) ou Nuri Sahin.

    A equipa ressente-se, porém, deste balanceamento ofensivo. O eixo central da defesa sofre muito com a exposição dos laterais e, muitas das vezes, são chamados a um excesso de trabalho que podiam não ter, fosse a equipa mais pressionante na saída de bola do adversário. Quando isso não acontece, Sokratis e Bartra (dupla de centrais) são muitas vezes sacrificados e nem sempre respondem da melhor maneira, explicando-se, assim, os 9 golos consentidos pelos germânicos na fase de grupos. Uma vulnerabilidade que, em caso de persistência, pode ser bem explorada por Salvio, Guedes, Cervi, Rafa, Jonas (?) e companhia.

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