Gary Lineker nunca rematava à baliza durante o aquecimento e, caso não marcasse qualquer golo na primeira parte, trocava de camisola ao intervalo. Cruyff cuspia sempre a pastilha para o meio-campo adversário antes do pontapé de saída. Lucescu não deixa que o condutor do autocarro faça marcha atrás com os jogadores lá dentro. Pequenas ações que vão passando despercebidas mas que são determinantes. A França deve o seu título mundial àqueles beijinhos que Laurent Blanc dava na careca de Barthez antes do início de cada jogo e o Benfica não vence competições europeias devido à maldição de Bella Guttman.
O mundo do futebol rege-se por leis diferentes das do mundo terreno. Diego Simeone sabe-o. Quando sai do balneário para o campo, o treinador do Atlético de Madrid aponta o indicador e o mindinho da mão direita para o chão para afastar o azar. Antes do apito inicial beija os pulsos. Nos jogos importantes, vai de camisa negra, tal como quando venceu a Liga Europa em 2012, porque em equipa que ganha não se mexe.