Um passado glorioso pode pesar toneladas de pressão. Porque, muitas vezes, depois dele, é exigido (por nós ou por quem está de fora) o mesmo ou melhor. O resto é fracasso. É assim na vida, como no futebol, e há jogadores e clubes, uns mais que outros, que o sentem.
O Ajax é uma delas. Depois de se ter sagrado tri-campeão europeu (com Rinus Michels no banco e Johan Cruyff no campo) nos anos 70 e campeão europeu em 1995 (com Van Gaal no banco e jogadores como Van der Sar, Reiziger, Danny Blind, Rijkaard, os irmãos de Boer, Seedorf, Davids ou Overmars no campo), nunca mais atingiu uma final europeia.
O percurso europeu dos holandeses contemplou uma meia-final da Champions no último ano em que defendeu o título, mas o facto de lá chegar não foi suficiente dada a eliminação às mãos da Juventus. Depois disso, o vazio. Os judeus nunca mais marcaram presenças em decisões europeias. Jejuaram durante 20 anos (mesmo depois de uma fornada que contemplava craques como Van der Vaart, Sneijder ou Zlatan Ibrahimovic) … até chegar esta época.
Ontem confirmou a qualificação para uma final europeia há muito reclamada, ao bater o Lyon na meia-final, depois de já ter vencido o Hamburgo de forma épica nos quartos-de-final – com menos 1 jogador, no prolongamento, foi capaz de reduzir um 3-0 para 3-2 que lhe deu o apuramento. Cruyff terá sorrido.