Prata e Bronze valem como Ouro na Liga Francesa

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    Campeonatos em que a hegemonia do lado de apenas um dos conjuntos que os constituem não são novidade: é assim há vários anos na Alemanha, na Grécia, na Escócia, na Dinamarca, o Rosenborg ergueu o título 13 vezes consecutivas na Noruega… Desde 2013, em França, só na temporada transata não deu PSG. E tal foi, visto por muitos, como uma exceção, uma imprevisibilidade quase total. Fora o PSG, a equipa que conseguisse superar os parisienses seria vista como um novo Leicester City, isto é, logo ao início se apontava claramente quem iria ser campeão.

    Neste cômputo, equipas fortes, mas com uma regularidade incapaz de competir diretamente com “superpotências”, tratam de jogar o seu campeonato, que é apurar-se para a Liga dos Campeões. A França é um país que pode, ao todo, colocar três equipas na fase de grupos de cada edição da competição mais importante a nível de clubes da europa. PSG, Marselha, Mónaco, Lyon são os emblemas com óbvias pretensões quanto ao ingresso na dita, o que eleva a competitividade por entre “candidatos ao 2º e 3º posto”, já que ao contrário de Portugal (que agora essa luta ainda se intensifica, visto só podermos colocar duas equipas….), tem três vagas.

     

    Em termos práticos, PSG vence quem se puser à frente, e quando assim não é, “está para cair um santo do altar”. O Mónaco, fruto das debilidades sofridas logo no final da sensacional época passada, ficou logo atrás, já que não se arranja uma equipa que compita com o Paris, olhos nos olhos, ao estalar os dedos; Marselha e Lyon continuam numa fase de busca dos seus antigos “eu”. Os gastos por parte do PSG foram abismais, que não foram contabilizados no seu todo: Mbappé foi emprestado, de forma a “despistar” o fairplay financeiro. O seu jogo, até fora das quatro linhas, é “melhor” que o dos adversários.

     

    Perante este cenário, é lógico que a enorme improbabilidade de outra equipa, a não ser o PSG, a terminar em primeiro lugar é mais do que um dado adquirido. Cenário esse que pode ter paralelo para além do Canal da Mancha, já que o Man. City, lá por Inglaterra, também parece não ter rival direto. Contudo, não posso sequer comparar as duas provas, muito menos quem as constitui. Além disso, o poderio financeiro predomina em qualquer equipa da Premier, certo que mais nuns do que noutros, porém, no final de contas, o cenário é o mesmo. City e PSG seguem e somam a cada partida disputada, embora atribua muito mais mérito aos cityzens.

     

    O Mónaco perdeu os seus melhores com facilidade, como é um caso bem recente (Mbappé para o rival direto PSG); o Lyon também viu partir o seu artilheiro Lacazette, mas reforçou-se bem até, inclusões como Mariano Diáz, do Real Madrid, ou Memphis Depay, trazem qualidade futebolística assinalável; o Marselha, adversário do Braga na Liga Europa, adquiriu Valere Germain, do Mónaco, Dimitri Payet,… Perdeu Gomis, avançado que foi preterido a favor de Mitroglou. Pelo que parece, o ex benfiquista não tem convencido, apesar do hat trick recente a uma equipa de campeonato inferior francês.

     

     

    Thauvin não é um furor técnico. Não é nenhum Neymar. Mas é o equilíbrio que todo o jogo do Marselha necessita.

    Instagram de Florian Thauvin

    https://www.instagram.com/p/BakXdutjfd1/?taken-by=flotov

    Apesar das perdas, estas três equipas apresentam “onzes” base sólidos e competentes. O Mónaco conta com uma brilhante orientação, Leonardo Jardim não podia ser o bode expiatório no começo da temporada, quando os resultados não eram animadores. Mas o futebol é assim, ou fazem-no ser assim. Apontar culpados é a primeira coisa a fazer num mau momento. O Lyon, por sua vez, joga muito bem também, principalmente a nível ofensivo. Além disso, um guarda redes seguro e muitas vezes solicitado a segurar pontos, chamado de Anthony Lopes, dá um contributo essencial nessa contabilização. No Marselha, destaco Thauvin, jogador fulcral no meio campo, início e desenrolar de jogo ofensivo. É o médio que mais aprecio em França, mesmo contando com a existência de Verratti, ou de Fékir. Um conjunto de atletas com disciplina tática, e claro, qualidade, podem fazer boa figura, mas superar uma “superpotência”, que é a que reside em Paris, é outra história.

    A realidade é essa, o PSG é o único com poderio financeiro, capaz de atrair não apenas jogadores de fora, mas qualquer um dos rivais diretos. Como o Inter de Milão (ou mesmo a Juventus), que em tempos de regularidade assinalável, ia enfraquecendo as equipas do seu campeonato com a aquisição dos protagonistas das mesmas, ou o caso bem patente entre Bayern de Munique e Dortmund, que certamente conhecem. Hoje, um clube depende da riqueza para lutar por algo com constância, mesmo tendo a melhor formação do mundo. Pode acontecer num ano, ou noutro, mas uma luta veemente no que se refere à conquista do título de campeão nacional torna-se difícil em França, perante o cenário atrás apresentado… O melhor mesmo, talvez seja acercar-se de objetos mais alcançáveis à priori, mas o futebol não dá azo a conformistas…

    Foto de capa: Ligue 1

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    Diogo Fresco
    Diogo Frescohttp://www.bolanarede.pt
    Fã de um futebol que, julga, não voltará a ver, interessa-se por praticamente tudo o que envolve este desporto, dando larga preferência ao que ocorre dentro das quatro linhas. Vibra bastante com a Seleção Portuguesa de Futebol.                                                                                                                                                 O Diogo escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.