Liga Inglesa: Vitórias procuram-se

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    Depois da relativa facilidade com que o Chelsea conquistou a Premier League na época transacta, o clube orientado por José Mourinho entrou com o pé esquerdo nesta nova temporada, começando por perder a Supertaça Inglesa diante do Arsenal (primeira derrota de Mourinho perante Wenger) e conquistando apenas quatro pontos nos primeiros cinco jogos do campeonato, concedendo uns inconcebíveis doze golos e marcando apenas sete (o ano passado em trinta e oito jornadas sofreram apenas trinta e dois golos).

    Após a dominadora primeira parte da época 14/15 os pupilos de Mourinho abrandaram na segunda volta, limitando-se a gerir a confortável vantagem que merecidamente tinham conquistado, apoiando-se numa das defesas mais sólidas da Europa, descurando o espectáculo e abundando o pragmatismo.

    A equipa que passou meio ano em modo de gestão para ser campeã, está agora com dificuldades em meter a segunda e alcançar um ritmo mais elevado, estando a sofrer com quebras de rendimento de quase toda a equipa, mas principalmente dos pilares da vitória do ano passado. Terry começou finalmente a acusar a sua idade, Ivanović tornou-se batível na defesa e um desastre nos movimentos ofensivos, Matić, a grande referência e equilíbrio do meio campo dos Blues parece perdido em campo e Hazard, o melhor jogador da edição da Premier League que passou, ao deixar de estar “preso” à ala ganhou mais liberdade mas parece ter perdido eficácia e capacidade de decisão, tornando-se muito menos incisivo e contribuindo largamente para o jogo mastigado e sem ideias do Chelsea.

    Esta quarta-feira o Chelsea alcançou uma vitória importante perante o Maccabi para a Liga Dos Campeões, marcando quatro golos e não sofrendo nenhum, sendo mesmo o único clube inglês a ganhar na primeira ronda da competição, que contou com derrotas desapontantes do Arsenal em Zagreb, do United em Eindhoven e do City em casa perante uma Juventus em “crise interna”.

    Apesar do reduzido nível de competitividade que o Maccabi apresentou, o Chelsea finalmente apresentou um futebol fluido, rápido e incisivo, muito por causa da boa reacção que a equipa teve às mexidas que Mourinho efectuou no onze, abdicando de Terry, Ivanović, Matić e Diego Costa (entrou no decorrer da primeira parte para o lugar do lesionado Willian).

    Diego Costa e Óscar tranquilizaram os blues Fonte: BPI - Ben Queenborough
    Diego Costa e Óscar tranquilizaram os blues
    Fonte: BPI – Ben Queenborough

    A defesa que parecia velha e cansada levou uma injecção de juventude, o treinador português passou (finalmente) Azpilicueta para a sua posição natural na direita e apostou no lateral ganês Baba na esquerda, ganhando a equipa velocidade e profundidade, entregando o eixo defensivo à dupla Cahill-Zouma que esteve bastante certinha. No meio campo efectuou duas alterações importantíssimas, beneficiou do regresso do criativo Oscar que tinha estado lesionado e veio criar e desbloquear diversas situações no ataque com a sua qualidade técnica e irreverência em campo e a inclusão do jovem Ruben Loftus-Cheek, que acabou por ser imenso no meio campo do Chelsea, acabando por ser eleito o homem do jogo e demonstrando mais uma vez que merece uma oportunidade à frente de jogadores como Mikel e Ramires. Com a infeliz lesão de Willian antes da meia hora de jogo o sempre trabalhador Rémy que começou o jogo a ponta de lança foi encostado à ala para abrir espaço para Diego Costa na frente de ataque, que aos 58 minutos combinou de forma magistral com Fàbregas para apontar um dos golos da jornada europeia.

    Hazard desperdiçou uma grande penalidade e infelizmente parece teimar em arrancar, isto numa altura em que o Chelsea não conta com Willian e Pedro por lesão, pode tornar-se ainda mais preocupante.

    Hazard tem tido um início de época desinspirado Fonte: Getty Images Sport
    Hazard tem tido um início de época desinspirado
    Fonte: Getty Images Sport

    Este sábado o Chelsea tenta então não ficar definitivamente arredado da luta pelo título, apesar de ser ainda muito cedo, uma derrota ou mesmo um empate com o Arsenal em casa, deixaria os Blues demasiado atrás do demolidor City, que não deverá ter dificuldade em conquistar três pontos frente ao West Ham em casa vindo da sua habitual ressaca europeia.

    Mourinho não deve olhar para trás e tem de voltar a apostar na mesma defesa que jogou contra o Maccabi a meio da semana, não pode ter “medo” de dar a titularidade a Loftus-Cheek ao lado de Matic, pois o jovem inglês parece estar mais que preparado para assumir um papel muito maior na equipa e mostrar ser a solução para o actual problema do meio campo dos Blues. Sem Pedro e Willian, com o regresso de Oscar e a indiscutibilidade de Hazard e Diego Costa, a única dúvida assentaria numa aposta em Rémy ou no irregular Fàbregas, no primeiro caso Rémy e Hazard jogariam nas alas com Oscar no meio e Costa na frente e no segundo Fàbregas jogaria à frente da dupla de meio campo e Hazard-Costa-Oscar constituiriam o tridente ofensivo da equipa, ambos encaixáveis no habitual 4-2-3-1 de Mourinho que se desdobra num 4-3-3.

    Fica a dica com toda a humildade para uma possível receita de sucesso para o Chelsea (tentar) virar a sua sorte na Premier League, de um apoiante incondicional de José Mourinho para o caso de ele estar a ler o Bola na Rede (porque não estaria) sexta à noite de forma a desanuviar antes do encontro de sábado. De qualquer forma em Mourinho confiamos, e se alguém tem capacidade para triunfar depois de tanta adversidade é o “the Happy One”.

    Possível 11 contra o Arsenal: Begovic; Azpi-Cahill-Zouma-Baba; Matic-RLC-Fàbregas; Hazard-Costa-Oscar.

    Fonte da Foto de capa: Instagram Oficial do Chelsea F.C.

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    João Folgado
    João Folgadohttp://www.bolanarede.pt
    O João defende que o Porto devia acabar e o Sporting nunca devia ter existido. Carrega, Benfica! Fora de brincadeiras, para além desta paixão cega pelo clube da Luz, venera Mourinho, despreza Villas-Boas e é fã dos Boston Celtics e dos New England Patriots.                                                                                                                                               O João não escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.