Marco Silva e a ‘relegation’: O fracasso não conta tudo

    Janeiro foi também o mês de tentar reajustar o pobre aproveitamento do período de transferências do verão de 2016 num clube que atravessa sérios problemas financeiros cujo dono, Assem Allam, é uma figura ‘sui generis’ cuja relação com os adeptos não é a melhor, longe disso, mas isso já são outros assuntos. Uma série de transferências foram realizadas, tentando servir um treinador que logo entusiasmou o dono egípcio-inglês pela sua “filosofia”.

    As saídas de Livermore para o West Bromwich por 11,50 milhões de euros e de Robert Snodgrass para o West Ham por um valor semelhante (12 milhões de euros) constituíram duas saídas de jogadores influentes na manobra da equipa, mas, por outro lado, foram dois bons encaixes financeiros para o clube, que fez um total de 8 contratações anti-despromoção, sendo a mais cara a do avançado Kamil Grosicki, polaco, que se transferiu do Stade Rennais FC por 9 milhões de euros, depois o médio-ofensivo norueguês, Markus Henriksen, que estava emprestado pelo AZ Alkmaar, foi adquirido pelo clube em troca de 5,30 milhões de euros e o também ofensivo meio-campista Evandro, que rumou desde o FC Porto numa transferência fixada nos 2,50 milhões de euros.

    16,80 milhões foi o total do valor pago pelo clube na compra de jogadores, mas, quanto a entradas, ainda resta falar dos empréstimos, que não foram nada menos ‘sonantes’ que as compras propriamente ditas. Listemo-los: Alfred N’Diaye, médio senegalês do Villarreal, Andrea Ranocchia, central italiano do Inter de Milão, Elabdellaoui, lateral/ala norueguês do Olympiacos, Lazar Markovic, avançado do Liverpool, e Oumar Niasse, avançado do Everton.

    Niasse foi reforço sonante Fonte: SkySports
    Niasse foi reforço sonante
    Fonte: SkySports

    Em termos de saídas, encimadas pelas duas mais marcantes de Livermore e Snodgrass, as restantes foram de jogadores pouco ou nada utilizados, com empréstimos a clubes ‘menores’, casos do central inglês Alex Bruce e do também inglês James Weir, médio (Wigan), o guarda-redes escocês, Allan McGregor (Cardiff City) e o eslovaco Dusan Kuciak, também guarda-redes, com saída a custo zero para o Lechia Gdansk, da Polónia.

    Depois de um janeiro com seis jogos, fevereiro não começou por ser meigo, com uma deslocação a Old Trafford para o campeonato e uma receção de seguida ao Liverpool. Empate no primeiro (0-0) e vitória caseira no segundo (2-0), que até fez Klopp elogiar o técnico luso.

    “Time running out, that was for definite. A sleeping giant with barely a breath in it” (“O tempo a esgotar-se, isso era definitivo. Um gigante adormecido que mal conseguia respirar”). A parte inicial do hino do Hull City, fundado em 1904, parecia ser a melhor forma de analisar epigraficamente a travessia do clube ‘amber and black’ (‘âmbar e preto’) até à chegada de Marco Silva, que parecia ter o condão que havia despertado o ‘gigante adormecido’.

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    Rúben Tavares
    Rúben Tavareshttp://www.bolanarede.pt
    O futebol foi a primeira paixão da infância, no seu estado mais selvagem e pueril. Paixão desnuda. Hoje não deixou de ser paixão, mas é mais madura, aliada a outras paixões de outras idades: a literatura, as ciências sociais, as ciências humanas.                                                                                                                                                 O Rúben escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.