Precisamos de falar sobre o Wolverhampton Wanderers FC

    Um dos principais protagonistas do mercado de verão em Portugal (sim) tem sido o Wolverhampton. Depois de um forte investimento que se traduziu num primeiro lugar no Championship e um acesso automático à Premier League – competição que já não disputava há seis anos – os Wolves continuam a fazer chegar algumas caras novas e bem conhecidas do nosso futebol ao plantel. Rui Patrício, João Moutinho e Raúl Jiménez são alguns dos nomes, e não passa muito disso. Por causa disso mesmo, não será que estejamos a colocar um clube recém-promovido num lugar imaginário que não devíamos?

    Primeiro que tudo, há mea culpa a atribuir aos órgãos de comunicação social. O valor-notícia de proximidade nunca falou tão alto nos últimos dois anos quando qualquer notícia surgia sobre o Wolverhampton, desde o treinador até ao grande conjunto de jogadores, que são de nacionalidade portuguesa. Com os títulos que o nosso país tem conquistado ao longo dos últimos anos nos vários escalões do futebol, é normal que se destaque em força aquilo que alguns protagonistas associados ao nosso país fazem lá fora.

    É importante existir esse ‘apoio’, mas este tipo de transferências nem chegam lá perto ao real mediatismo que existe por Inglaterra em volta das contratações de clubes como Liverpool, Arsenal e Manchester City e até de emblemas de nível mais inferior como o Everton ou o Crystal Palace. E há o reverso desta medalha.

    Este caso pode ser comparado ao do Newcastle que, entre 2012 e 2016, tinha um número considerável de jogadores franceses e eram logicamente seguidos pelos meios de comunicação social franceses. O excesso dessa nacionalidade, quando se pensava que apenas se tratavam de bons reforços, foi alvo de críticas pois o Newcastle – emblema também histórico em Inglaterra – chegou a descer de divisão e teve de fazer uma limpeza no plantel para ‘espantar esse mal’.

    Apesar de já ter presenças em competições europeias e finais de taças, Nuno Espírito Santo está perante o maior desafio da sua carreira como treinador
    Fonte: Wolverhampton Wanderers FC

    De seguida, é importante questionar a mudança de contexto, da segunda para a primeira divisão de uma das melhores ligas do mundo. Terá Nuno Espírito Santo o pulso suficiente para orientar uma equipa que tem de ter um primeiro objetivo: a permanência na Premier League? Há vários pontos de comparação para o que vem aí.

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    Francisco Correia
    Francisco Correiahttp://www.bolanarede.pt
    Desde os galácticos do Real Madrid, do grandioso Barcelona de Rijkaard e Guardiola, e ainda a conquista da Liga dos Campeões do Porto de Mourinho em 2004, o Francisco tem o talento de meter bola em tudo o que é conversa, apesar de saber que há muitas mais coisas que importam. As ligas inglesa e alemã são as suas predilectas, mas a sua paixão pelo futebol português ainda é desmedida a par com a rádio. Tem também um Mestrado em Jornalismo na Escola Superior de Comunicação Social, em Lisboa.                                                                                                                                                 O Francisco não escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.