Colômbia 3-0 Grécia: Na ausência de Falcão, James dá as cartas

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    Quase a jogar em casa, tal era a quantidade de adeptos colombianos presentes nas bancadas, a Colômbia venceu a Grécia por três bolas a zero no primeiro jogo do grupo C do Mundial. Com Falcão afastado por lesão, a selecção colombiana mostrou que tem um colectivo forte e com enorme sentido ofensivo, tendo sido capaz de ultrapassar a cerrada defensiva grega por 3 vezes. O resultado pode parecer algo exagerado à primeira vista – 7 remates à baliza para cada lado, com a Grécia a ter mais posse de bola (54%) – mas a vitória é completamente justificada, em grande parte devido às imensas dificuldades da selecção grega em criar oportunidades de golo. Com esta vitória, a Colômbia assume-se definitivamente como a selecção a bater no grupo C, e se James e companhia continuarem entrosados e confiantes,  “Los Cafetones” podem mesmo vir a dar que falar no Brasil.

    O RESCALDO

    Bastaram 5 minutos para a sólida defensiva organizada por Fernando Santos ceder pela primeira vez. O culpado? James Rodríguez. Numa bola bombeada para o lado direito do campo, o extremo colombiano ex-Porto tira um defesa da frente para fazer um passe mortífero para o coração da área grega. Na passada, o lateral Armero atira para o fundo da baliza, com a bola ainda a sofrer um venenoso desvio que engana o guarda-redes  Karnezis. Golo festejado efusivamente nas bancadas mas também dentro de campo, com os jogadores colombianos a fazerem de imediato uma divertida dança comemorativa.

    A perder praticamente desde o início da partida, a Grécia precisava de encontrar soluções para dar a volta ao jogo. Com Mitroglou no banco por opção técnica (do lado da Colômbia, Fredy Guarín não jogou), a equipa de Fernando Santos tentava gerir a posse de bola e fazer uso fruto de uma das suas melhores armas, o contra-ataque. No entanto, as coisas não estavam fáceis. A Colômbia, que desceu substancialmente de rendimento após o golo, mostrava que também sabia defender, em particular perante a desinspiração clara da ofensiva grega. Ao fechar o primeiro tempo, Kone teve nos pés a melhor oportunidade para a selecção da Grécia, mas o guardião colombiano David Ospina levou a melhor com uma defesa de belo efeito.

    Ambas as equipas entraram para a segunda parte sem qualquer alteração. A Grécia continuava a apostar na solidez defensiva e nas saídas organizadas para o contra-ataque, enquanto a Colômbia continuava com o seu futebol directo mas responsável, com James Rodríguez a liderar o ataque. Aos 58 minutos, James, sempre ele, bate um pontapé de canto de forma exemplar, Cuadrado ainda toca no esférico e é Gutiérrez que marca a favor dos colombianos, num golo cheio de oportunismo. 4 minutos depois, Gekas tem uma oportunidade de ouro para reduzir o marcador mas acerta com um estrondo na trave. O falhanço vale-lhe a substituição imediata, com Mitroglou (sim, só agora) a entrar para o seu lugar.

    – Desinspirada, a selecção grega acumulava oportunidades desperdiçadas. Aqui, Maniatis consola Kone depois de mais um remate falhado Fonte: Fifa.com/ Getty Images
    – Desinspirada, a selecção grega acumulava oportunidades desperdiçadas. Aqui, Maniatis consola Kone depois de mais um remate falhado
    Fonte: Fifa.com/ Getty Images

    Num jogo imensamente disputado, a Colômbia não tirava o pé do acelerador, mesmo a vencer por dois golos. Os automatismos estavam a sair, a equipa mostrava-se confiante, organizada e a praticar bom futebol. Já a Grécia denunciava claramente carências no seu jogo ofensivo, recorrendo inúmeras vezes ao já típico “chuveirinho” para criar perigo. Com a partida em Belo Horizonte a caminhar para o seu final, os adeptos colombianos faziam a festa nas bancadas. Em sentido inverso, o ritmo de jogo acalmava – nem Mitroglou parecia encontrar maneira de fazer a Grécia marcar, numa altura em que a vitória colombiana parecia cada vez mais uma certeza.

    Nos minutos de compensação e com Jackson e Santiago Arias em campo (o avançado ex-Porto e o lateral ex-Sporting entraram a meio da segunda parte), a Colômbia fecha o marcador por via do já suspeito do costume. James Rodríguez, que já havia estado nos dois golos da Colômbia, aplica um remate colocado após combinação com Jackson e Cuadrado para selar de vez a vitória dos “Cafetones”. Um golo tardio para coroar a excelente exibição do jovem extremo do Mónaco. Pessoalmente, se esta não é mesmo a melhor geração de futebolistas que a Colômbia já teve, então não sei qual será. A Colômbia obtém um grande vitória esta tarde, para desespero de Fernando Santos que vê agora a passagem no grupo C muito mais complicada.

    A Figura:

    James Rodríguez – Já se sabia que, na ausência de Falcão, James Rodríguez seria o nome no qual os adeptos colombianos mais depositariam as suas esperanças. Ainda assim, foi surpreendente a forma como o jovem extremo do Mónaco foi um autêntico líder em campo para a selecção da Colômbia. No seu primeiro jogo do Mundial 2014, James Rodríguez jogou e fez jogar, marcou e deu a marcar. Além de ter estado em todos os golos colombianos, foi uma dor de cabeça constante para a defensiva grega e só não fez mais porque não calhou. Com Falcão seria diferente, é certo, mas enquanto James continuar assim, o futebol colombiano está vivo e recomenda-se.

    O Fora de Jogo:

    Fernando Santos/Grécia – A aposta no jogo defensivo e de contra-ataque revelou-se um flop de proporções grotescas, já que bastaram apenas 5 minutos no Mundial para a Grécia sofrer o seu primeiro golo da competição. A precisar de golos e de uma mudança drástica de atitude, o treinador português foi incapaz de impulsionar qualquer uma das duas. A aposta em Gekas esteve longe de compensar, Mitroglou entrou tarde e houve alturas em que a Grécia simplesmente parecia incapaz de produzir situações de ataque. Em resumo, esperava-se muito mais. Uma exibição pobre e que lança grandes preocupações sobre a passagem da Grécia à próxima frase.

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    Rui Miguel Pereira
    Rui Miguel Pereirahttp://www.bolanarede.pt
    O Rui jogou a trinco nas camadas jovens do União de Tomar, e reza a lenda que se fartava de fazer faltas. Muito mais moderado nos comentários, diz que quando teve a oportunidade de escrever sobre futebol e raparigas, não pensou duas vezes.                                                                                                                                                 O Rui não escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.