É da natureza humana torcer por quem é mais desfavorecido. A seleção da Croácia tinha, à partida para esta final, esse papel.
Era normal, por isso, haver uma simpatia do Mundo por esta seleção. Foi normal, por isso, que entre os 59 e os 65 minutos, as bolas que entraram nas redes de Subasic fossem sentidas como um terramoto de desilusão com epicentro em Split e com réplicas um pouco por todo o planeta.
Esses golos, o 3-1 e o 4-1, apontados respectivamente por Pogba e Mbappé, sentenciaram a partida. E mostraram o quão mentiroso pode ser um resultado de um jogo de futebol. Afinal, a Croácia tinha estado por cima na primeira parte, da qual saiu a perder, e tinha entrado na segunda apostada em tornar o placar em consonância com aquilo que tinha sido o jogo. Teve oportunidades, não marcou. Empolgou-se, subiu linhas, mas abriu demasiados espaços nas costas da sua defesa. E quando se joga contra Griezmann, Pogba e, sobretudo, Mbappé, esse é um risco que se pode revelar letal. Como foi.
É certo que o golo de Mandzukic, a meias com o erro infantil de Lloris, deu esperança aos croatas, mas essa esperança não foi colocada em campo com o mesmo critério que vinha a ser utilizado até ao 4-1 e o resultado da final do campeonato do Mundo ficou-se pelo 4-2 final.
O 4-2 que deixa o Mundo triste por não ver o “desfavorecido” prevalecer, mas que deixa toda uma nação a exultar de alegria. A partir de hoje, em França, o golo de Éder já não é um fantasma, é, apenas, uma memória distante.
Pedro Machado
ONZES INICIAIS:
FRANÇA: Lloris, Pavard, Umtiti, Varane, Theo Hernandéz; Kanté (N’Zonzi 55′), Matuidi (Tolisso 73′), Pogba; Mbappé, Griezmann e Giroud (Fekir 83′).
CROÁCIA: Subasic, Vrsaljko, Vida, Lovren, Strinic (Pjaca 81′); Brozovic, Modric, Rakitic; Rebic (Kramaric 71′), Perisic e Mandzukic.