Realizou-se esta sexta-feira a 10ª edição dos Great City Games de Manchester, o evento anual que conta com a presença de vários atletas de elite que participam em eventos de Atletismo no meio da cidade, em pistas temporárias especificamente criadas para este dia. O evento no passado já contou com, por exemplo, Usain Bolt, quando o mesmo bateu o recorde mundial dos 150 metros na corrida que atingiu a velocidade mais elevada de sempre no Atletismo. Este ano, os cabeças de cartaz foram Allyson Felix, Aries Merritt, Marie-Josée Ta Lou e Andy Pozzi mas também tivemos a presença de dois portugueses!
No que diz respeito às provas, começaremos por falar do Salto em Comprimento, que contou com a portuguesa Teresa Vaz de Carvalho, que até chegou a liderar o concurso e acabou por ficar na terceira posição com o seu melhor da temporada, ao saltar 6.16 metros ao primeiro ensaio. Não tem nada que se envergonhar a atleta portuguesa, uma vez que à sua frente apenas ficaram duas atletas habituadas a grandes palcos.
No segundo lugar, Jazmin Saywers (que foi Prata nos Europeus de Amesterdão ou oitava nos Jogos do Rio, por exemplo) saltou 6.43 metros e no primeiro, a francesa Éloyse Leuseur, atleta que foi por duas vezes campeã europeia e uma vez campeã mundial Indoor, saltou 6.58 metros na última tentativa.
Nas provas de pista, destaque para o bom resultado de Alina Talay, a bielorrussa que já foi campeã europeia e Bronze mundial, e que correu os 100 metros barreiras em 12.74. Na prova mais esperada da tarde/noite, Marie-Josée Ta Lou (CIV) teve um arranque bastante forte a contrastar com a má partida de Allyson Felix (USA), o que desde cedo definiu o que não se viria alterar durante os 150 metros que as atletas correram. Ta Lou correu em 16.60 e Felix em 16.72.
Na também aguardada prova masculina dos 110 metros com barreiras, os grandes favoritos Aries Merritt (o recordista mundial) e Andrew Pozzi (o campeão mundial Indoor) tiveram encontros inesperados com as barreiras e viriam a terminar nas últimas posições, tendo a vitória ido para o polaco Damian Czykier em 13.67.
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Destaque ainda para a presença do português David Lima nos 150 metros, que terminou na quarta posição em 16.24, mas conseguiu o mais importante: terminar saudável, depois de ter passado quase dois meses a combater uma lesão.
Mas os grandes destaques destes jogos, nunca são os resultados. É toda a magia e energia presentes neste tipo de eventos no meio das cidades. O público está ao lado dos atletas, fala com eles, tira fotos, vê o seu aquecimento de perto e os atletas entram no espírito e até perdendo, mantêm o espírito positivo e a alegria nos olhos. Iniciativas do género são boas para os atletas porque sentem uma proximidade muito maior, sentem maior carinho e reconhecimento do público, enquanto praticam o desporto de uma forma descontraída e mais ligeira. São boas para o público conhecedor da modalidade, pois têm uma oportunidade única de estar lado a lado com os seus ídolos, conversar com eles e vê-los como pessoas iguais a eles. São boas para a modalidade, porque a aproxima das massas e obrigatoriamente de mais público em potencial.
Ainda que a grande maioria do público presente talvez não vá pagar para assistir a um futuro evento de Atletismo, tenho a certeza que alguns o farão. E nem que seja um novo fã ganho, o dia está ganho. E acreditem…a alegria que vimos nos olhos dos mais novos faz-nos crer que este tipo de iniciativas, não esquecendo claro o Atletismo mais competitivo, é essencial e faz parte do presente e do futuro do nosso desporto. Para quando em Portugal?
Foto de Capa: Great Run Manchester