O ano de 2002 marca a minha entrada no mundo do basquetebol; até aí, pouco ou nada sabia sobre a modalidade. Quando comprei o meu primeiro equipamento de treino, era azul escuro e azul claro. A minha curiosidade fez-me ir procurar se havia alguma equipa na NBA com estas cores e foi assim que fiquei a conhecer os Dallas Mavericks. Nesta equipa, jogava – e joga – um alemão que me marcou. Falo, claro, de Dirk Nowitzki, provavelmente o melhor jogador europeu da História. O gigante alemão é neste momento o sétimo melhor marcador da história da NBA (joga desde 1998 na competição, sempre por Dallas) e o melhor marcador estrangeiro. Levou os Mavs ao seu único título da competição, e aos seus dois únicos títulos de conferência.
Passado uns anos, enquanto jogadores, começamo-nos a focar numa ou duas posições de campo. Nessa altura, Nowitzki começou a ser uma referência para mim: um jogador de posição 4 (Extremo/Poste), que consegue fazer 5 (Poste), tal como eu era nos iniciados e cadetes.
Numa competição tão dominada pelos americanos, ver um europeu vingar é sempre positivo – pelo menos para nós europeus. Portanto, ver um europeu ser considerado o melhor jogador do campeonato é algo inédito até agora na história desta competição, e foi algo que já aconteceu por duas vezes – uma delas das finais da competição quando guiou Dallas ao seu único título.
Nowitzki é talvez a maior razão de serem os Mavs a minha equipa favorita no maior espetáculo de basket do mundo. Ansiava ser como ele enquanto jogador de basket, apesar de nunca ter chegado a sequer poder comparar-me, ou não estaria aqui a escrever. O lançamento é a sua imagem de marca, e todos a reconhecem através do característico salto, no qual, em vez de se aproximar, se afasta do cesto, tendo já sido considerado, por alguns especialistas, o melhor lançamento da NBA.
Para além de tudo isto, Nowitzki é um dos únicos sete jogadores que já acabaram uma época (06-07) com mais de 50% de eficácia de lançamento de campo, 40% de eficácia de lançamento de 3 pontos e 90% da linha de lance livre. Este feito foi ainda alcançado o ano passado, embora não tenha sido contabilizado, uma vez que para tal acontecer seria preciso arredondar as percentagens – esteve há beira de o conseguir em 10-11, quando acabou com 39% e 89%, sem possível arredondamento, nos triplos e nos lances livres. O jogador alemão foi ainda vencedor do concurso de triplos do All Star em 2006, tendo participado no jogo principal do fim de semana por 13 vezes, e ocupando o 9º lugar na lista que contemplava os jogadores com mais participações no jogo, na qual apareceu pela primeira vez em 2002 e apenas falhou em 2013.
Estamos certamente perante um futuro Hall of Fame da NBA, que apesar dos seus 36 anos continua a ser uma referência na modalidade, e o meu jogador preferido da liga, mesmo com os Lebrons e Durants desta vida.
Foto de capa: Facebook Oficial de Dirk Nowitzki