Os Cavs não entenderam o Space Jam

    Cabeçalho modalidadesDesde que comecei a escrever sobre a NBA no Bola na Rede, tenho uma rotina simples: vou vendo jogos e pesquisando diferentes websites durante a semana para, no início da semana seguinte, escrever o meu artigo. E até hoje essa rotina vinha fazendo sentido. Até os Celtics ganharem um jogo em Cleveland, sem o seu melhor jogador, e me obrigarem (a mim e a umas quantas centenas de redatores por esse mundo fora) a escrever algo totalmente diferente do que tinha preparado. Parece que o meu artigo sobre rolos compressores, Monster Trucks e o LeBron em modo Hulk ficam para a próxima…

    Estes playoffs têm sido repletos daquilo que qualquer adepto imparcial não quer: jogos desequilibrados. Até ao passado domingo, Cavs e Warriors contavam por vitórias os jogos realizados e o caminho até às finais parecia nada mais do que uma mera formalidade. O número de horas dormidas por adeptos da NBA atingiu valores recorde em tempos de playoff, com jogos decididos quando ainda havia malta a sentar-se no pavilhão. Tudo parecia programado, catorze equipas gastavam todas as suas energias e esperanças em jogos que muitos apelidavam de “inúteis”, só para terem o prazer de serem esmagados pelos poderosos Cavaliers e Warriors.

    Depois de um desses “cabazes”, no jogo 1 das finais da Conferência Este, Isaiah Thomas afirmou que os Celtics não tinham medo dos Cavs, porque estes não eram os Monstars. Para quem não sabe, os Monstars são os monstros do filme Space Jam, de 1996, e que contou com Michael Jordan no papel principal. Porém, na realidade, a equipa de Cleveland fazia lembrar um pouco os Monstars, regressando para o jogo 2 a todo o vapor, batendo os Celtics em Boston por “não sei quantos” milhões de diferença.

    O triplo de Bradley que decidiu o jogo 3 em Cleveland Fonte: theundefeated.com
    O triplo de Bradley que decidiu o jogo 3 em Cleveland
    Fonte: theundefeated.com

    E foi então que os Cavaliers cometeram o erro de interpretarem mal o Space Jam (que até vai contar com sequela nos próximos tempos, com LeBron James como estrela). A equipa de Cleveland saltou para o campo ao som da música dos Monstars, prontos a esmagar mais uma vez a Tune Squad de Boston. Foi hilariante, ousado e, perdoem-me a expressão, estúpido. Porque, tal como no filme, os Cavaliers tiveram uma larga vantagem, mais uma vez. E deixaram-se adormecer…

    Com o jogo empatado a poucos segundos do fim e numa cena que bem podia ser retirada de um filme, devido ao efeito dramático da coisa, o lançamento de Avery Bradley andou à volta do aro, batendo várias vezes no mesmo, até que o karma decidiu que era altura de cair. Depois da bola entrar, sobrava um mísero décimo de segundo no relógio, o que não só não permitiu qualquer tipo de lançamento, como ainda aumentou a angústia de uma equipa que subestimou o poder do destino.

    Posto isto, sou-vos sincero: duvido que os Cavs voltem a perder frente aos Celtics. Também duvidava que perdessem no domingo, mas o jogo de descontração já lá vai e mesmo num jogo em que tudo começou a correr mal de um momento para o outro, a equipa de Cleveland perdeu com um lançamento no fim. Porém, LeBron James, Kyrie Irving, kevin Love e companhia levam deste jogo duas lições muito importantes: 1. nunca subestimar o adversário. 2. estar atento ao filme!

    Foto de Capa: Cleveland.com

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    António Pedro Dias
    António Pedro Diashttp://www.bolanarede.pt
    Tem 22 anos, é natural de Paços de Ferreira e adepto do SL Benfica. Desde muito pequeno que é adepto de futebol, desporto que praticou até aos 13 anos, altura em que percebeu que não tinha jeito para a coisa. Decidiu então experimentar o basquetebol e acabou por ser amor à primeira vista. Jogou até ao verão passado na Juventude Pacense e tem o Curso de Grau I de treinador de basquetebol desde os 19. O gosto pela NBA surgiu logo quando começou a jogar basquetebol e tem vindo a crescer desde então, com foco especial nos Miami Heat.                                                                                                                                                 O António escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.