Acabou a aventura europeia e o saldo não é muito animador para os clubes masculinos que decidiram competir: disputaram 22 encontros e só ganharam quatro.
O SL Benfica até começou muito bem a época e esteve mesmo à beira de concretizar um feito histórico, que poderia abrir novamente as portas da Europa competitiva. Perdeu na Luz com o Pallacanestro Varese (72-75) e ganhou em Itália (70-72), gorando a oportunidade de disputar o terceiro nível europeu (“Champions League”) e de ganhar compensação financeira. Posteriormente, na fase inicial da “Europe Cup”, ganhou três encontros e garantiu a presença na fase seguinte, onde perdeu as seis partidas. Em resumo, em 14 jogos apenas conseguiu ganhar quatro, um registo que mesmo assim suplanta o do FC Porto, que foi também afastado na pré eliminatória (duas derrotas) e perdeu todos os seis jogos na “Euro Cup”. Em resumo, as nossas equipas disputaram 22 jogos e apenas ganharam quatro, o que mostra claramente que estamos longe dos padrões competitivos europeus, mesmo os do quarto escalão.
Individualmente, nos jogadores nacionais, os veteranos estiveram em particular evidência. Destaque para o extremo/poste do FC Porto, Miguel Miranda (38 anos), que foi o jogador nacional com melhor rendimento (eficácia 10,2). Jogou em média 18 minutos, com sete pontos marcados, boas % de lançamento e ainda conquistou 4,8 ressaltos. O benfiquista Carlos Andrade, da mesma idade, jogou mais tempo (27 minutos média), marcou 7,8 pontos e 3,9 ressaltos e 2,4 assistências. Finalmente, o base Mário Gil (34 anos) esteve em campo 15,2 minutos, em média, com alguma eficácia (4,7).
Nos internacionais actuais, os atletas do FC Porto José Silva (9,5 eficácia), que foi quem melhor aproveitou o contacto internacional, logo seguido por Miguel Queiroz ( 7,3) e André Bessa (6,3). No SL Benfica, que disputou mais jogos, é justo destacar a aplicação de João Soares.
Como atenuante, podemos ter em conta a falta de experiência internacional dos atletas nacionais, falta ritmo (a competição interna é fraca e jogada a ritmo lento), e um menor número de estrangeiros (a maioria dos adversários tinha mais atletas estrangeiros no seus plantéis porque as regras não são uniformes) e a qualidade dos mesmos.
Recordo, a propósito o meu antigo treinador Prof . Teotónio Lima que já dizia: “Hoje não é difícil convencer os jogadores de que têm de treinar todos os dias. O difícil é convencê-los de que esses treinos terão de ser intensos. Nas competições internacionais vão encontrar a prova provada de que tem de ser assim”.
Viagens longas, custos elevados e oscilação do rendimento desportivo nas provas nacionais levantam a questão se vale ou não a pena a participação nestas condições. Claro que, em termos individuais, a competição internacional só tem vantagens. Jogar na Europa é importante, mas temos de ter condições para sermos minimamente competitivos, e isso só com mais estrangeiros do tipo de Damian Hollis e Bradley Tislay.