Decorridos os primeiros meses de uma época que se prevê bastante emocionante e espetacular, já é possível reparar que alguns ciclistas quiseram logo começar o ano em real destaque. Nessa “imaginável” lista terá de constar o nome de…Rui Costa!
O português, no primeiro ano numa nova equipa (a UAE Team Emirates), tem conseguido um início de época ao nível dos melhores, sendo considerado um dos principais nomes para agitar o Giro d’Itália, que começará a 5 de Maio. Aliás, a época do ciclista de 30 anos irá ter várias mudanças em relação ao que tem sido o planeamento de época normal nos últimos anos da sua carreira.
No final de Janeiro, o ex-campeão do mundo realizou a sua primeira prova do ano na Argentina, denominada de Volta a San Juan. Após um contra-relógio que, novamente, quebrou um pouco as aspirações à vitória geral, o português redimiu-se na etapa cinco e venceu em alta montanha, à frente de nomes como Nibali, Mollema ou Torres, conseguindo a sua primeira vitória profissional com a camisola da UAE Team Emirates.
No final, ficou em quinto lugar da classificação geral, mas tendo em conta que a forma ainda estaria a ser construída, acabou por ser uma boa prestação. Após isto, veio o Tour de Omã e após grandes etapas do português, com consecutivos segundos lugares, apenas ficou atrás de Ben Hermans (e superando ciclistas como Fábio Aru ou Romain Bardet), da BMC, conseguindo o primeiro pódio da geral individual desta época.
Até que chegou o Tour de Abu Dhabi e vimos Rui Costa a vencer a etapa-rainha da prova e a destacar-se, no final, como o vencedor da geral individual, com mais de 4 segundos do que Ilnur Zakarin e mais 16 do que Tom Dumoulin (sendo que, por exemplo, Quintana, Aru, Nibali ou Contador também estavam na prova e foram superados pelo português).
Um excelente ataque do português, voltando a mostrar a sua brilhante visão de corrida, foi essencial para ganhar a vantagem necessária de que precisava frente a este tipo de concorrentes, mostrando igualmente um sprint forte, derrotando Zakarin, dessa forma, no final da etapa.
Depois desta conquista, Rui Costa teve de se preparar para a bem conhecida prova do Tirreno Adriático, com etapas bastante exigentes e com um grupo fenomenal de adversários. Infelizmente, segundo o que foi veiculado, acabou por ficar um pouco afetado devido a problemas de saúde e não esteve tão ativo e nem em destaque como seria de esperar. Ainda assim, é de valorizar o enorme esforço que teve e que o levou a um razoável 18.º lugar na geral individual. Se tivesse estado na sua forma habitual, acredito que poderia ter sido um dos grandes protagonistas da prova italiana.
Nas próximas provas, poder-se-á ver o português a enfrentar algumas das melhores provas clássicas existentes no mundo do ciclismo, incluindo algumas dos considerados Monumentos. Tendo em conta as suas caraterísticas, é de esperar que possamos ter um Rui Costa em destaque nalgumas dessas provas.
Após isto, no início de Maio, chegará o tão desejado Giro d’Itália e com ele iremos ver como o português se adapta, então, a um Grand Tour diferente daquele a que nos últimos anos temos estado habituados a ver o português entrar. Depois de um excelente início de época (antes do Tirreno, era dos ciclistas mais em foco no ciclismo mundial e dos que estava em melhor forma e com melhores prestações de início de ano), é de se esperar ainda mais por parte do grande ciclista português e ex-campeão do mundo, de seu nome Rui Costa!
Foto de capa: Rui Costa
Artigo revisto por: Patrícia Nel