O ano passado não consegui vir a São Miguel ver o Rali dos Açores, o que se tornou claramente num erro. Primeiro, não vi a vitória do Ricardo Moura e depois, não consegui ver Lukyanuk nas estradas da ilha. Este ano consegui vir e apesar de não ter visto uma vitória do açoriano conseguir ver, e bem, o espetáculo que é ver o russo a passar. O problema de Lukyanuk é que não se sabe controlar, e isto custou-lhe a vitória nos Açores. Sejamos sinceros; o russo estava um nível acima dos restantes, o problema é que não consegue ser consistente, faz-me lembrar, com as devidas diferenças, o ‘nosso’ Bernardo Sousa. Recomendo que vejam o onboard do acidente que o piloto teve na primeira passagem pela Tronqueira, é desesperante ouvir e ver a reação do piloto e não conseguir ajudar, ver alguém a perder aquilo por que tanto lutou daquela forma.
O russo é um verdadeiro espetáculo, mas Bruno Magalhães não lhe ficou muito atrás. Não nos podemos esquecer que o piloto de Lisboa não competia em terra desde outubro de 2015 e não fazia um rali desde agosto do ano passado. Foi, por isso, uma vitória surpresa para todos, incluído o próprio piloto, que se mostrou durante a prova toda muito entusiasmado com o seu ritmo. O Bruno é sempre rápido, disto não há dúvida, mas assumo que não esperava que estivesse tão bem aqui nos Açores.
Agora, não deixa de ser triste que Bruno Magalhães termine este rali e “vá para casa”, como o próprio disse. Não tem apoios para mais nada este ano, ou seja, para já ninguém sabe quando voltará a ver as rápidas passagens da dupla Magalhães.
No meu artigo de antevisão, apostava num pódio com Kajetan Kajetanowicz, Alexey Lukyanuk e Ricardo Moura, mas os três pilotos desistiram, os dois primeiros por toques e o açoriano por um problema de motor. Sendo assim, o pódio ficou com a vitória do Bruno Magalhães, em segundo ficou o alemão Marijan Griebel e a fechar o pódio, o irlandês Josh Moffet.
Como notas finais, são de destacar as vitórias de Chris Ingram, no campeonato júnior, e de Luís Pimentel, no ERC2. O primeiro teve uma luta muito animada com o seu colega de equipa, Jari Huttunen, até o finlandês desistir no último troço, quando estava na liderança da prova, na sua categoria. Já o Licas, como é conhecido, aproveitou a desistência de Sergey Remennik.
Para terminar o artigo, quero apenas deixar a minha opinião, que pelos vistos é partilhada por muita gente, pilotos incluídos, de que a Lagoa Stage não tem qualquer sentido num rali como este. Pouco espetacular e com muito asfalto, já foi a minha opinião o ano passado aquando da sua estreia e este ano mantém-se, apesar da melhoria com a inclusão da parte em terra.
Artigo revisto por: Francisca Carvalho