GP de Abu Dhabi: até para o ano!

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    O último Grande Prémio do Mundial F1 2015 teve lugar no fantástico circuito de Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos. A Fórmula 1 despede-se até ao próximo ano, num GP que teve mais de decisão e menos de emoção. Rosberg ganhou, pela terceira vez consecutiva, e Kimi Raikkonen confirmou o quarto lugar na classificação geral.

    Nico Rosberg alcançou a sexta pole-position consecutiva da temporada, ficando muito perto do recorde de Ayrton Senna: entre o final de 88 e o início de 89, o brasileiro chegou às oito poles seguidas. Lewis Hamilton ficou a 0,377s e o melhor dos “outros” foi Kimi Raikkonen.

    Ainda assim, a Ferrari protagonizou o momento mais surpreendente da qualificação: Sebastian Vettel não passou da Q1, e saiu do 15º lugar do grid. Porquê? Incrivelmente calmo, Vettel limitou-se a dizer que “não tiveram qualquer problema técnico, pensámos que a volta com os pneus macios já era suficiente”. Erro inexplicável da Ferrari, que terá de se empenhar nos testes de inverno para poder sequer imaginar um futuro risonho.

    No arranque, Rosberg segurou a liderança; Hamilton e Raikkonen seguiram-no de perto. Lá atrás, Pastor Maldonado e Fernando Alonso tocaram-se, com o venezuelano a sair de pista e a ser obrigado a abandonar, pela décima vez esta temporada. Alonso acabou por ser penalizado pelo incidente e demonstrou o seu desagrado: “penso que estas decisões têm de ser tomadas com mais senso, pois não vejo isto suceder no WEC, MotoGP ou outras categorias, que são muito mais divertidas que a Fórmula 1”. O espanhol foi, de resto, motivo de conversa durante a semana.

    O presidente da McLaren, Ron Dennis, admitiu a hipótese de Alonso fazer um ano sabático em 2016. O piloto veio de imediato desmentir o “patrão”, ao dizer que tenciona correr no próximo ano. Boas notícias para nós, fãs: a McLaren está mais experiente, com dois pilotos de alto gabarito, e a preparar-se para fazer estragos a meio da tabela. Resta saber se o monolugar ajuda.

    Rosberg acabou em segundo lugar
    Rosberg acabou em segundo lugar

    O motivo de maior interesse do GP de Abu Dhabi talvez tenha sido, ironicamente, a vertiginosa escalada de Vettel. À 15ª volta, o alemão já estava – imagine-se! – em segundo. Mas o plano da Ferrari era garantir o quarto lugar de Raikkonen na geral. Já em terceiro, e com os pneus macios a desaparecer, a equipa pediu a Vettel que deixasse passar o colega de equipa. Vettel acabou por terminar a última corrida do ano na quarta posição, à frente de Sergio Perez (Force India).

    Até ao fim, pouco mais a dizer: Lewis Hamilton tentou convencer a Mercedes a deixá-lo levar os pneus ao máximo, na tentativa de ainda chegar a Rosberg, mas a equipa não cedeu. Depois da vitória antecipada do inglês no Mundial, a Mercedes empregou todos os seus esforços na conquista da vice-liderança para Rosberg. Este foi, realmente, um ano cinzento (no melhor sentido da expressão). Com a 12ª dobradinha do ano, a Mercedes ultrapassou os 701 pontos do ano passado e estabeleceu mais um recorde.

    Jenson Button protagonizou um dos momentos mais emocionantes da tarde/noite em Abu Dhabi, ao lembrar-nos o porquê de ter sido campeão mundial em 2009. Com uma manobra digna de Senna, ultrapassou Marcus Ericsson (Sauber) e deixou os fãs de F1 deliciados. Mais um episódio que alimenta a expectativa da McLaren e dos seus adeptos para 2016.

    Com o fim do Mundial 2015, despedimo-nos, ao que tudo indica, de duas equipas: a Force India e a Lotus. Em princípio, em 2016, ir-se-ão chamar Aston Martin-Mercedes e Renault F1 Team, respectivamente. Além disto, permanece a dúvida sobre uma eventual troca de pilotos entre a Toro Rosso e a Red Bull. Grande parte da administração da Red Bull defende a despromoção de Daniil Kvyat à Toro Rosso e a consequente subida de Max Verstappen à Red Bull. Na minha opinião, Verstappen ainda está demasiado “verde” para assumir uma posição de tão grande destaque – atentemos ao facto de esta ter sido apenas a segunda época de provas automobilísticas do holandês. Com mais um ano de Toro Rosso, mais experiência, mais obstáculos ultrapassados, Verstappen facilmente se tornará o piloto mais desejado por todas as equipas de F1. Dono de um talento inato, o jovem holandês vai, com toda a certeza, dominar a modalidade nos próximos anos.

    A Fórmula 1 despediu-se de 2015 no circuito mais espectacular do campeonato. Lewis Hamilton realizou uma temporada incrível e conquistou o título; Nico Rosberg mostrou-se um adversário à altura do inglês, principalmente na recta final do Mundial; Sebastian Vettel é, sem dúvida, o melhor dos “outros”. Raikkonen, Bottas, Massa e Verstappen animaram a época, que se pautou por uma previsibilidade acima da média e sempre a favor dos Mercedes. A F1 volta para o ano: esperemos que com maior competitividade.

    Fotos: Mercedes AMG Petronas

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    Mariana Fernandes
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