O Rali de Portugal está mesmo à porta na sua edição 50. A prova rainha do desporto automóvel no nosso país disputa-se novamente no norte e tem muitos motivos de interesse, ou não fosse este o melhor WRC dos últimos largos anos.
Este será o terceiro rali de terra da temporada, mas o primeiro na Europa e talvez o mais fácil para os carros, apesar de fácil não ter nada. Esta será a prova com mais WRC de 2017, num total de 14, com o destaque a ser a estreia do terceiro Yaris WRC, que será conduzido por Esapekka Lappi.
A luta espera-se muito intensa, mas existem dois nomes que merecem um maior relevo na consideração para a vitória. Falo de Thierry Neuville e de Sébastien Ogier. O piloto belga vem de duas vitórias seguidas e já podia ter quatro vitórias em cinco ralis esta temporada, não fossem excessos e azares nas duas primeiras provas da temporada. Já Ogier tem de ser destacado por já ter vencido o rali por quatro vezes, por ser o campeão do mundo e por ser o líder do campeonato. É verdade que o francês nunca venceu no norte, mas que ninguém duvide da sua capacidade de vencer.
Os dois últimos vencedores da prova, Kris Meeke em 2016 e Jari-Matti Latvala em 2015, são bons nomes a reter também. Meeke já venceu na terra este ano, mas não sei até que ponto poderá repetir a vitória em Portugal. Já Latvala poderia lutar pela vitória mas não acredito muito no Yaris ainda. O Toyota tem bom potencial, mas ainda está a pagar o ano de estreia da equipa, o que é natural, no entanto aponto para um melhor resultado do finlandês do que do britânico.
Estou muito curioso para ver o que poderão fazer os outros homens da M-Sport, que tão boa conta deram de si na Argentina. Não acredito que nenhum deles vença, apesar de gostar que tal acontecesse, principalmente por parte de Ott Tanak.
Quanto a portugueses, o único que está mesmo envolvido no mundial é Miguel Campos. O ex campeão nacional de ralis vai pilotar um Skoda Fabia R5 e inscreveu-se no WRC2. Com isto o piloto que completa 25 anos de carreira parte à frente dos restantes portugueses, que fecham a lista de inscritos, mais uma vez. É uma grande vantagem para Campos na luta pelo objetivo de melhor português.
Quem, tal como eu, não tiver oportunidade de se deslocar ao norte pode acompanhar a prova na RTP (transmissão em todos os dias de prova num total de seis especiais em 19) e em várias rádios locais.
Quanto às previsões, vou apostar num pódio com Neuville, Ogier e Latvala, apesar de não estar certo da qualidade do carro japonês na terra. Mais do que acertar nestas apostas tenho interesse em ver um bom espetáculo e sinceramente acho que o vamos ter, quer no WRC quer no WRC2.
Foto de Capa: Rali da Argentina