Portugal 4-2 Itália: Grande segunda parte garante final a Portugal

    Num jogo que reeditou a final do Europeu de 2016, Portugal e Itália defrontaram-se com o objetivo de garantir o apuramento para o encontro de todas as decisões. O adversário já era conhecido e tal como se poderia antever, a jogar em casa, a Espanha não tremeu e goleou a França por 8-2. Resultado bastante mentiroso. Portugal até foi para o intervalo a perder, mas depois uns segundos vinte e cinco minutos a grande nível, carimbou a presença na final de domingo.

    A partida teve um começo intenso, com a Itália a ser a seleção que mais tempo tinha a bola em sua posse, mas não conseguia encontrar os caminhos para a baliza de Girão. Portugal sofria do mesmo síndrome, pois, quando tinha o esférico controlado e procurava chegar à baliza de Gnata, também não era nada fácil vislumbrar um trilho aberto.

    Sem grandes espaços para chegar ao golo, Diogo Rafael fez uso da sua velocidade, ganhou alguns metros e disparou rasteiro para o fundo das redes transalpinas. Gnata pareceu ter sido enganado, pois, tendo em conta o seu posicionamento, não esperava uma stickada pelo chão. A vantagem não durou muito, visto que, após um lançamento de Iluzzi, Verona, em cima da baliza portuguesa, desviou o esférico e restabeleceu o empate.

    O golo italiano confirmou o crescimento do conjunto orientado por Massimo Mariotti em pista. Portugal, por seu lado, baixou o ritmo e intensidade apresentados nos minutos iniciais, tendo imensa cautela na circulação da bola, algo que “facilitava” a vida à Itália.

    Mesmo com o passar dos minutos, a intensidade em rinque não era muita e, por vezes, a qualidade do hóquei em patins praticado também não. Desta maneira, Portugal não conseguia construir grandes oportunidades de golo. A única exceção à regra foi um lance entre Rafa e Henrique Magalhães, no qual Gnata impediu o golo de Henrique Magalhães em duas ocasiões.

    A cerca de seis minutos da pausa, Iluzzi viu um cartão azul após uma falta sobre Rafa junto ao banco português. Hélder Nunes foi o atleta chamado à marcação do respetivo livre-direto e, como de costume, a bola não entrou. Na sequência do lance, Rafa esteve quase a marcar, mas Gnata negou o golo ao jogador do FC Porto.

    Em situação de superioridade numérica, Portugal acabou por ser surpreendido em contra-ataque e após um grande trabalho de Verona, Banini fez o 2-1 para a Itália.

    Finalizada a primeira parte, a Itália vencia Portugal por 2-1. Apesar de ter inaugurado o marcador, a seleção nacional deixou o ritmo do jogo diminuir bastante, para uma intensidade favorável aos italianos que não demoraram muito a chegar ao empate. A jogar agarrado ao stick e à cautela, nem quando beneficiou de uma situação de superioridade numérica Portugal voltou a marcar, tendo, sim, sofrido um golo. Tal como no Europeu de 2014 que, curiosamente, também foi jogado em Espanha, Alcobendas, a Itália fez um golo quando se encontrava com um jogador a menos dentro de pista. Se Portugal quisesse chegar à final teria de melhorar e muito, os seus índices exibicionais.

    Ricardo Gnata foi uma surpresa no cinco inicial italiano, mas esteve em grande ao evitar vários golos da seleção portuguesa
    Fonte: World Skate Europe RinkHockey

    Portugal entrou muito bem na segunda parte, demonstrando outra atitude e intensidade, mas apesar das chances de golo criadas, o empate não surgiu. Contudo, pouco depois da Itália ter ficado perto de marcar, Rafa, com um passe por entre os “pingos da chuva” da área transalpina, encontrou João Rodrigues que, ao segundo poste, só teve de empurrar para fazer a igualdade.

    A seleção portuguesa estava melhor, criando várias oportunidades para finalizar, mas Gnata ia impedindo o terceiro golo nacional. A Itália, por seu lado, não sentiu o tento do empate e circulava a bola à procura do momento ideal para atacar.

    Jogados cerca de doze minutos do segundo tempo, Henrique Magalhães foi impedido de stickar dentro da área italiana por intermédio de Banini. No respetivo penalti, Gonçalo Alves, ele que tem sido fustigado por vários toques ao longo da competição, não deu quaisquer hipóteses e com uma stickada a meia altura junto ao poste direto, colocou Portugal na frente por 3-2.

    Na dianteira do resultado, Portugal aumentou o ritmo e intensidade do jogo. Contudo, pouco depois de chegar à vantagem, a seleção portuguesa cometeu a sua 10ª falta. Giulio Cocco, jovem jogador transalpino que vai reforçar os dragões na próxima época, é um especialista na conversão de livres-diretos, mas não conseguiu bater Girão, que manteve o seu posicionamento e não caiu na “manha” de Cocco.

    Apesar da vantagem no marcador, Portugal procurava ampliar a margem mínima, mas Gnata, com alguma ajuda dos ferros, estava a conseguir manter a diferença em somente um golo. As oportunidades de concretizar sucediam-se, mas a “redondinha” teimava em não querer entrar. Mesmo assim, o conjunto italiano, ainda para mais em desvantagem, procurava restabelecer a igualdade e a cerca de quatro minutos do fim, não chegou ao golo porque Girão defendeu um desvio de Iluzzi.

    Já dentro do último minuto, Portugal dispôs de um lance de contra-ataque de dois para um, mas Diogo Rafael preferiu segurar o esférico e esses segundos extra com a bola em sua posse, permitiram ver a entrada de Rafa que, isolado perante Gnata, não falhou, fez o 4-2 e garantiu a qualificação da seleção portuguesa para a final.

    Grande segunda parte de Portugal que, desta forma, conseguiu virar resultado que trazia do intervalo, assim como garantir a presença na final de domingo. Pela frente, tal como se poderia antecipar, estará a Espanha, que durante a tarde de sábado goleou a França por 8-2. Todavia, o resultado é bastante exagerado e não espelha, nem de perto nem de longe, o que se passou em pista.

    Na final de domingo, Portugal não terá tarefa nada fácil, pois, a Espanha tem estado muito bem ao longo de toda a competição, sendo a seleção com mais golos marcados (73) e menos golos sofridos (8) do Europeu. Jogadores como Pau Bargalló, o capitão espanhol, os jovens Nil Roca e Ferran Font, mas, também, o guardião Sergi Fernandez, têm estado em grande destaque.

    O calendário da 53.ª edição do Campeonato da Europa para este domingo é o seguinte:

    Definição do 9.º ao 11.º lugar:

    9h00: Holanda vs Áustria

    Definição do 7.º e 8.º lugar:

    11h30: Inglaterra vs Alemanha

    Definição do 5.º e 6.º lugar:

    15h00: Andorra vs Suíça

    Definição do 3.º e 4.º lugar:

    17h00: França vs Itália

    Final:

    18h30: Espanha vs Portugal

    Portugal: 1-Ângelo Girão (GR), 4-Diogo Rafael, 6-Gonçalo Alves, 7-Hélder Nunes e 9-João Rodrigues (CAP.)

    Jogaram ainda: 3-Rafa e 8-Henrique Magalhães

    Banco: 43-Pedro Henriques (GR), 2-Poka e 5-Vítor Hugo

    Itália: 22-Ricardo Gnata (GR), 5-Federico Ambrosio, 7-Giulio Cocco, 9-Domenico Iluzzi e 14-Alesandro Verona

    Jogaram ainda: 15-Davide Banini e 19-Marco Pagnini

    Banco: 10-Leonardo Barozzi (GR e CAP.), 2-Samuel Amato e 6-Andrea Malagoli

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    Diogo Nuneshttp://www.bolanarede.pt
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