O tenista português Frederico Gil colocou recentemente uma fotografia no seu perfil do Facebook afirmando que “a vontade continua” e que está em “exames médicos e físicos para preparar a próxima temporada”.
Falar de Frederico Gil é quase o mesmo que falar de Vanessa Fernandes ou Fábio Paim, dando exemplos de outros desportos. Nós sabemos que o talento está lá, a vontade de triunfar também; só não sabemos quando estarão novamente mentalmente preparados para os esforços da competição.
Quem fala negativamente de Frederico Gil pode ser mal entendido em Portugal. Eu não o quero ser. Cresci com Frederico Gil, joguei ténis federado enquanto Frederico Gil era a grande estrela portuguesa e fiquei mais vezes acordado para ver Frederico Gil do que para ver João Sousa. Tenho pelo tenista sintrense um carinho especial, mas a verdade é que se o ténis português muito nos deve, nós também o podemos “pressionar”, no bom sentido, a voltar a ser o que era.
Isto porque o ténis português precisa de um jogador como o Frederico Gil. De alguém que sabe o que é estar no topo e estar em baixo, de alguém que sabe o que é transportar a esperança de um país às costas. Quem não se lembra do que vibrámos na final do Estoril Open, quando nesse mesmo dia o Benfica foi campeão? A tarde foi passada a vibrar com o ténis. O ténis português.
Para além do que Frederico Gil representa para o comum dos adeptos portugueses de ténis, o tenista é também um activo importante para os agentes e promotores do ténis em Portugal. Em 2010 salvou o Estoril Open mais caricato de sempre a João Lagos, e agora, pontuando pelos Futures realizados em Portugal, vai distribuindo simpatia e experiência pelos torneios recentemente criados em Portugal.
Frederico Gil representa para o ténis português o início daquela que pode vir a ser a verdadeira geração de ouro. A geração de João Sousa e Gastão Elias, e numa outra, a de Frederico Silva, e este outro Frederico, o Gil, é o “pai” de toda esta geração moderna do ténis português, que tem mostrado saber dar passos sólidos que a leve a patamares mais elevados.
O finalista do Estoril Open tem certamente muito a dar ao ténis quando decidir “encostar a raquete”, mas a julgar pela sua vontade de jogar ainda terá certamente algo a dar dentro dele, embora, e isto são factos, completar o ano de 2014 com uma vitória num future e uma meia-final não seja um indicador francamente positivo para alguém que já conquistou tanto como Frederico Gil.
Veremos então o que reserva o ano de 2015 ao tenista português.