Australian Open 2015: a hora de todas as decisões

    cab ténis

    Terminei o meu último artigo, precisamente sobre o Australian Open, dizendo que poderíamos esperar “duas semanas carregadas de emoção e espetáculo”. Pois bem, foi precisamente isso que se passou. Confesso que tenho alguma dificuldade para escolher os melhores momentos desta 1º semana, contudo talvez a quase eliminação de Rafael Nadal, a derrota de Roger Federer perante Andreas Seppi e a presença de Nick Kyrgios nos quartos-de-final sejam merecedores de tal distinção.

    Tentando seguir uma ordem cronológica, o primeiro dia ficou marcado, sem margem para duvida, pela eliminação de Ernest Gulbis frente a Thanasi Kokkinakis. O prodígio australiano, nascido apenas a 10 de Abril de 1996, derrotou o letão numa longa batalha que terminou com 10-8 no quinto e decisivo set. Outra das grandes surpresas da ronda inaugural foi a eliminação de Fabio Fognini. O italiano é sempre imprevisível, mas perder em apenas 4 partidas para Alejandro Gonzalez é um resultado bastante negativo. Relativamente aos restantes encontros da primeira ronda, é de destacar a partida 100% francesa que opôs Gael Monfils a Lucas Pouille. Na minha opinião, o melhor encontro desta fase do torneio. Os principais candidatos aos títulos não tiveram qualquer problema de maior e avançaram naturalmente para a segunda ronda.

    Nick Kyrgios, uma das figuras em maior destaque neste Australia Open Fonte: Facebook oficial de Nick Kyrgios
    Nick Kyrgios, uma das figuras em maior destaque neste Australian Open
    Fonte: Facebook oficial de Nick Kyrgios

    O encontro de maior destaque da segunda eliminatória foi, surpreendentemente, o de Rafael Nadal frente a Tim Smyczek. O norte-americano, praticamente desconhecido da maioria do público, obrigou o espanhol a jogar um quinto set e não esteve muito longe de o eliminar do grand slam australiano. Durante todo o encontro foi notório que Rafael Nadal se encontrava diminuído fisicamente, talvez afetado por um vírus estomacal de que os jogadores se têm queixado. Contudo, e apesar das dificuldades sentidas, o numero 3 mundial conseguiu seguir em frente na competição. As eliminações de Gael Monfils, provavelmente desgastado dos 5 sets que teve de jogar frente a Pouille, frente a Janowicz e de Leyton Hewit, após ter desperdiçado uma vantagem de dois sets a zero, perante Benjamin Becker foram algumas das surpresas desta eliminatória. Caminho contrário ao de Monfils e Hewit seguiram os australianos Bernard Tomic, Nick Kyrgios e Sam Groth. Uma nota bastante positiva para o desempenho dos jogadores australianos no “seu” torneio.

    Se na segunda ronda Rafael Nadal esteve prestes a ir para casa mais cedo, na eliminatória seguinte o seu rival histórico, Roger Federer, foi mesmo eliminado pelo italiano Andreas Seppi. Poucos preveriam tal surpresa, mas a verdade é que Seppi apresentou-se bastante consistente e precisou apenas de 4º sets para resolver a questão. Grigor Dimitrov e Marcos Baghdatis proporcionaram aquele que, na minha opinião, foi o melhor encontro até agora. O búlgaro precisou de quase quatro horas e cinco partidas para se desembaraçar do cipriota que deu muito boa conta de si.

    Andreas Seppi, o responsavel pela eliminação, na 3º ronda, de Roger Federer Fonte: Facebook oficial do Australia Open
    Andreas Seppi, o responsavel pela eliminação, na 3º ronda, de Roger Federer
    Fonte: Facebook oficial do Australia Open

    Estavam desta forma encontrados os 16 melhores jogadores do Australian Open 2015. Nos oitavos de final o encontro que mais despertou a atenção do público, e também a minha, foi o de Andy Murray frente a Grigor Dimitrov. Num dos melhores encontros de todo o torneio, o escocês derrotou o namorado de Maria Sharapova em quatro partidas, contudo Dimitrov esteve muito perto de levar a contenda a uma quinta partida, sendo líder por 5-2 no quarto set. Nas restantes partidas as hierarquias pré estabelecidas mantiveram-se e não houve lugar a qualquer surpresa.

    Para terminar gostaria de destacar alguns dos jogadores que mais me tem impressionado:

    • Kei Nishikori – o japonês está a apresentar um ténis bastante consistente e apresenta-se como uma seria ameaça a Stan Wawrinka;
    • Tomas Berdych – o vice-campeão do Portugal Open está a jogar melhor do que nunca, mas será capaz de quebrar a enguiço de 9 anos e derrotar Rafael Nadal? ;
    • Novak Djokovic – é certo que os adversários não são os mais exigentes, mas o sérvio parece estar em ritmo cruzeiro. Resta saber como vai lidar com adversidades que, certamente, o esperam;
    • Nick Kyrgios – está nos quartos de final e é o único australiano em prova, por conseguinte, só pode ser considerado como uma das figuras desta edição do torneio australiano.

    Pela negativa, o meu destaque vai inteiramente para Roger Federer e Stan Wawrinka. Federer, obviamente, ficou muito aquém das expectativas ao ser eliminado na 3º ronda e Wawrinka, apesar de estar nos quartos-de-final, não tem apresentado um ténis digno de um campeão de torneios de grand slam.

    As fases das grandes decisões aproximam-se e, neste momento, mantenho exatamente aquilo que disse no início da semana; Penso que Rafael Nadal vai subir o nível, de resto como já está a acontecer, e que Novak Djokovic terá de estar ao seu melhor nível para vencer o torneio.

    Foto de Capa: Richard Fisher

    - Advertisement -

    Subscreve!

    Artigos Populares

    Duarte Pereira da Silva
    Duarte Pereira da Silva
    Do ciclismo ao futebol, passando pelo futsal ou o andebol, quase todos os desportos apaixonam o Duarte. Mas a sua especialidade é o ténis, modalidade que praticou durante 9 anos.                                                                                                                                                 O Duarte escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.