Tinha 7 ou 8 anos quando comecei a jogar ténis. Nessa altura, Roger Federer dominava a seu belo prazer o circuito. No entanto, eis que apareceu um jovem maiorquino que ousou colocar em causa o reinado de Federer. Nascia assim a maior rivalidade de todos os tempos: Rafael Nadal e Roger Federer.
Foi devido a estas duas lendas vivas do ténis que me apaixonei por esta modalidade. Não escondo que, como todos os adeptos desta modalidade, tenho o meu favorito e é Nadal. No entanto, isso nunca me impediu de admirar e reconhecer que o suíço é o melhor tenista de todos os tempos. A garra e rebeldia de Nadal contrastam na perfeição com a classe e simplicidade de Federer. Foi este contraste que nos permitiu ver alguns dos melhores encontros de sempre: final de Wimbledon em 2008 ou o encontro decisivo deste mesmo Australian Open em 2009.
No dia 3 de junho de 2015 escrevi neste mesmo espaço que a era de Rafael Nadal e Roger Federer tinha acabado. Enganei-me redondamente. Não sei se ambos voltaram a jogar finais do Grand Slam com a regularidade de outros tempos, mas a verdade é que irão fazê-lo pelo menos mais uma vez.
31 títulos de majors, 52 troféus de Masters 1000, 4 medalhas olímpicas (3 de ouro e 1 de prata), 443 semanas na liderança do ranking… São apenas alguns dos dados que estarão em campo no próximo domingo.
É sempre muito difícil atribuir favoritismo no que a estes jogos diz respeito, e sobretudo porque se tratam de duas lendas, mas penso que Roger Federer parte como ligeiro favorito. É certo que o confronto direto não é favorável ao suíço: 23 vitórias de Nadal para apenas 11 de Federer. Contudo, o maior desgaste físico a que Rafa foi sujeito ao longo de todo o torneio aliado ao maior tempo de descanso que Federar terá para a final poderão fazer a diferença.
Resta-nos aproveitar o espetáculo que, com certeza, Federer e Nadal irão dar no dia 29 de janeiro de 2017. As lendas não duram para sempre e nunca se sabe se esta poderá ser a última oportunidade para os vermos em ação.
Artigo revisto por: Francisca Carvalho