Sonho do Grupo Mundial adiado por mais um ano

    Neste fim-de-semana tivemos muito ténis em Estocolmo, capital da Suécia e onde Portugal tentava chegar ao play-off de apuramento para o Grupo Mundial pela terceira vez na sua história, depois de 1994 (derrota contra a Croácia) e 2017 (derrota com a Alemanha), só que pela frente tínhamos uma seleção rejuvenescida nos singulares, com os irmãos Ymer (Elias, de 21 anos e Mikael, de apenas 18) acompanhados pelo veterano especialista da variante de pares, Robert Lindstedt e Markus Eriksson a assumirem a responsabilidade de tentar derrotar a coesa seleção portuguesa, com o nosso João Sousa à frente de um lote completo por Gastão Elias, Pedro Sousa e João Domingues.

    Na sexta-feira, foram o número um nacional e Mikael Ymer a abrir as hostilidades, com uma vitória natural e esperada de João sobre o número dois sueco pelos parciais de 6-4 6-4 (uma novidade nos jogos do grupo I, que deixaram de ser jogados à melhor de cinco sets e as eliminatórias decidem-se no Sábado, ao invés de Domingo, como era até ao ano passado, ou seja, o quarto e o quinto jogos passam a ser jogados ao Sábado, juntando ao já habitual encontro de pares).

    No jogo seguinte, Gastão Elias iria ter pela frente outro Elias, este a grande figura e a maior esperança do ténis nórdico, orientado por Robin Soderling, antigo número quatro mundial que teve de abandonar a alta competição devido a uma mononucleose. Num jogo onde o tenista Lourinhanense teve algumas oportunidades flagrantes para poder vencer o primeiro set, nomeadamente o 5-4 com serviço para poder fechar e três set points no tie-break, só que o sueco foi mais forte nos momentos decisivos e logrou vencer o encontro por 7-6 (13-11 no desempate) 6-4. Assim se encerrou o primeiro dia da competição, com um empate a um no marcador, espelho do grande equilíbrio que era esperado à priori.

    No sempre decisivo encontro de pares, ainda mais num duelo tão decidido nos pormenores, a equipa da casa conseguiu o ponto e colocou-se em vantagem na eliminatória, a somente um ponto de seguir em frente. No quarto jogo encontraram-se os respetivos número um dos seus países e mais uma vez João Sousa mostrou a sua boa forma recente, ao derrotar Elias Ymer por 6-4 6-4 e a transportar a decisão para um quinto e decisivo jogo, estando a responsabilidade toda para os ombros de Gastão Elias e Mikael Ymer. 

    O grande herói deste fim-de-semana, o jovem Mikael Ymer (apenas 18 anos!)
    Fonte: Svensk Tennis

    Esperava-se que o jovem nórdico acusasse a responsabilidade do momento, só que o mais novo dos manos Ymer mostrou a frieza nórdica e mostrou-se calmo e acutilante nos momentos decisivos e vestiu a capa de herói nacional ao bater um Elias que nunca pareceu confortável durante o jogo pelos parciais de 6-3 6-4.

    Fica assim por terra o sonho de chegar ao Grupo Mundial em 2019, restando-nos a luta pela manutenção neste grupo contra a equipa da Ucrânia, na primeira de duas ocasiões. Caso não consigamos vencer este jogo, em Setembro, ainda temos uma outra eliminatória para discutir, em Outubro contra a África do Sul em solo nacional. Para já, para continuarmos com hipóteses de chegar ao principal escalão já em 2020, é essencial garantir a nossa permanência neste grupo I, pelo que estes próximos encontros devem ser encarados com a máxima seriedade.

    Foto de Capa: Federação Portuguesa de Ténis

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    Eduardo Nunes
    Eduardo Nuneshttp://www.bolanarede.pt
    Estuda economia em Coimbra, mas não deixa de prestar especial atenção ao que se passa no universo do desporto. O desporto preferido é Ténis, mas não perde uma oportunidade de acompanhar a Académica e o Benfica nas mais variadas modalidades.