Foi um desfecho completamente inesperado dado o resto do ano que Wawrinka teve; já para não falar dos match points que teve de salvar na terceira ronda contra Daniel Evans. Mas a verdade é que a quinzena nova-iorquina acabou com o Suíço a juntar este título ao Open da Austrália, que ganhou em 2014, e ao Roland Garros, em 2015.
Não foi apenas contra Evans que Wawrinka pareceu mal encaminhado: Nishikori esteve um set e break acima nas meias finais, com inúmeras oportunidades de ganhar o segundo set, e foi quiçá traído pela fadiga de uma dura vitória em 5 sets contra Murray nos quartos de final. Mesmo na final, Djokovic ganhou o primeiro set e esteve perto de ficar 2-1 acima. Tal como Nishikori nas meias finais, o Sérvio desperdiçou imensos pontos de break. Ao fim e ao cabo, a chave para a vitória de Wawrinka acabou por ser a sua capacidade de jogar bem os pontos mais importantes. É essa força mental que lhe dá 3 títulos do Grand Slam em 3 presenças na final.
Apesar da derrota, Djokovic mantém-se como incontestável número 1 mundial, tendo aliás as suas possibilidades de acabar o ano nessa posição aumentado ainda mais com a derrota de Murray nos quartos de final. Na corrida para Londres, o top 8 parece bem definido – Djokovic, Murray, Wawrinka, Raonic, Nishikori, Monfils, Thiem, Nadal –, com Berdych a mais de 700 pontos de Nadal. Salvo surpresas ou desistências, os oito jogadores supracitados deverão estar presentes na arena O2 em Novembro.
No que toca à participação portuguesa no torneio, João Sousa alcançou a terceira ronda para concluir o seu melhor ano em torneios do Grand Slam; deu alguma réplica a Dimitrov depois de um mau começo, mas ainda não foi desta que chegou aos oitavos do torneio. Gastão Elias serviu para a sua primeira vitória de sempre num torneio do Grand Slam, contra Stakhovsky, mas infelizmente ainda não foi desta. No torneio de pares, Sousa e Elias perderam 7-5 no set decisivo na primeira ronda contra Murray e Suares – a dupla que se viria a sagrar campeã. Foi uma prestação honrosa da dupla portuguesa face a um sorteio madrasto.
Foto de capa: US Open
Artigo revisto por Mafalda Carraxis