A vertente feminina do Australian Open, como já vem sendo habitual, foi marcada por algumas surpresas nas rondas iniciais. De entre essas, a mais marcante talvez tenha sido a eliminação de Venus Williams, quinta cabeça de série, logo na ronda inaugural às mãos da talentosa Belinda Bencic. Daí em diante o torneio seguiu um curso relativamente previsível e as principais favoritas foram avançando até à segunda semana de competição.
Num torneio sem grandes surpresas, não foi também de estranhar que à final chegassem aquelas que foram (e o ranking não deixa mentir) as duas melhores tenistas dos últimos meses: Simona Halep e Caroline Wozniacki. Se por um lado a romena teve que deixar pelo caminho nomes como os de Eugenie Bouchard, Lauren Davis, Naomi Osaka, Karolina Pliskova ou Angelique Kerber no caminho até à final, a dinamarquesa afastou tenistas como Kiki Bertens, Magdalena Rybarikova, Carla Suárez Navarro ou Elise Mertens.
Numa final que opunha duas tenistas que pretendiam sair de Melbourne no topo do ranking WTA e que, curiosamente, nunca haviam conquistado qualquer torneio do Grand Slam, não poderia esperar-se senão um grande encontro de ténis. Ambas as jogadoras apresentam caraterísticas defensivas propícias a longas trocas de bola, ambas lutam por cada ponto como se fosse o último e, como tal, sabia-se que o encontro se decidiria em pormenores.
Juntando no mesmo court duas tenistas extremamente consistentes a ideia com que se fica é que ambas sentiram o peso do momento. Num encontro repleto de altos e baixos, de breaks e contra breaks (sobretudo no terceiro set), acabou por ser Caroline Wozniacki a levar a melhor por 7-6(2), 3-6 e 6-4 ao fim de 2h49m. Depois de estar a perder por 4-3 no set decisivo a dinamarquesa pediu assistência médica por lesão no joelho esquerdo e, daí em diante, tudo mudou e culminou com a sua vitória no encontro e no torneio (indo de encontro à previsão feita pelo “Bola na Rede”).
Para Wozniacki, esta conquista representa o seu primeiro título num torneio do Grand Slam e, mais de sete anos depois, o regresso ao lugar cimeiro do ranking WTA. Aos 27 anos de idade Wozniacki está a jogar o melhor ténis da sua carreira e, como tal, nem será de estranhar se novos grandes títulos vierem a ser alcançados num futuro próximo. Para já, e como a própria afirma, uma coisa é certa: já ninguém pode afirmar que a dinamarquesa foi número um mundial sem ter conquistado qualquer Major.
Foto de Capa: Facebook do Australian Open