A dependência total em Jonas

    Muito se tem falado sobre o sub-rendimento dos avançados do Benfica. Com a chegada de Ferreyra e Castillo, seria presumível que o nível de qualidade subisse. Mas tal não aconteceu, fruto das exibições aquém das expectativas por parte de Ferreyra e Castillo.

    Mas o foco principal vai para o avançado Argentino de 27 anos, pelo qual os responsáveis do clube fizeram um avultoso investimento, e depositavam a esperança de que fosse capaz de assumir a equipa na frente de ataque.

    Com a longa paragem de Jonas e com o problema de saúde persistente que o tem vindo a afear; Rui Vitoria teria seriamente de pensar em mais tarde ou mais cedo, preparar a renovação da ponta de lança.

    Ainda se falou muito sobre a possível saída de Jonas, ao qual depois de uma longa “novela”, que incluía notícias, em que Luís Filipe Vieira não soube desmentir desde logo, Jonas acabou mesmo por ficar. Mas ainda nada é oficial. Pois o avançado Brasileiro ainda não assinou nada. Simplesmente deu a palavra que queria continuar no clube da luz.

    Em torno do forte investimento em Castillo e Ferreyra, Seferovic ia perdendo espaço no plantel, e a sua saída era mesmo inevitável, não fosse a lesão do Chileno. Com Jonas e Castillo na enfermaria e o rendimento abaixo do esperado de Ferreyra, a continuidade do avançado Suíço ficou assegurada.

    Os adeptos vão perdendo a paciência com Ferreyra, e possivelmente Rui Vitoria, acabará por dar a titularidade a Seferovic. No jogo da passada quarta-feira, contra o PAOK, o Benfica alinhou com o avançado Suíço na frente e ganhou por 1-4.

    Será que esta mudança de avançados foi o principal fator deste resultado importante alcançado por parte do clube Encarnado? A resposta é redondamente: Não.

    Não foi por Seferovic ter alinhado no onze, que o Benfica ganhou. Longe disso. Tanto ou menos fez, o avançado Suíço para agora justificar a aposta de Rui Vitoria nele. Claro que são ambos avançados diferentes, com características ímpares que podem dar contextos diferentes ao jogo, mas a qualidade individual num todo, se formos a resumir uma época desportiva por completo, com certeza que Ferreyra é muito mais justificável que Seferovic.

    Outro dado importante, é o facto de se falar que Ferreyra, é bom jogador, mas não para jogar sozinho na frente de ataque. Algo que pessoalmente não concordo. Será que qualquer avançado que venha para o Benfica, deixa de saber jogar sozinho e passa a precisar necessariamente de um companheiro ao lado? Não faz sentido que qualquer jogador que saiba jogar num sistema de 4x3x3, tenha desaprendido de um dia para o outro, e que agora só saiba jogar num 4x4x2.

    No ano passado vimos pela primeira vez, Rui Vitoria apostar num sistema 4x3x3. Tudo graças à integração do médio croata, Krovinovic no meio campo ao lado de Pizzi. Foi o que possibilitou ao treinador colocar Jonas sozinho na frente. Ao início dizia-se que seria impossível o avançado brasileiro ter o mesmo rendimento a jogar sozinho na frente de ataque. Pois quem o disse, enganou-se redondamente. O rendimento foi o mesmo. Aliás, proporcionou à equipa: mais presença no meio campo, chegar com melhores condições à bola e à grande área e com variadas soluções quer na zona lateral quer na zona frontal.

    Jonas é um dos mais acarinhados do plantel encarnado
    Fonte: SL Benfica

    Ferreyra tem mais que qualidade suficiente para render bom nível no futebol português. Se algo não está a resultar, muito se deve à culpa de Rui Vitoria que não consegue entregar ao avançado as ferramentas necessárias para o seu sucesso em campo. Os jogadores que participam ao lado do argentino, também têm meia culpa. Não quer dizer também que Ferreyra já não deveria estar a mostrar outros indícios na sua performance.

    Se então fossemos capazes de imaginar que o treinador do Benfica, experimentava meter Ferreyra e Seferovic ou Ferreyra e Castillo, juntos de início, podíamos bem saber que outras coisas iriam surgir em campo. Mas perdia-se ao mesmo tempo, a consistência no meio campo.

    Ao certo, é que muito não mudaria. Ferreyra, Castillo e Seferovic não são Jonas. Só há um capaz de executar na perfeição tudo aquilo que lhe pedem. Mas infelizmente tarda em regressar aos relvados.

    Jonas é uma peça fundamental na estrutura na equipa. Capaz de saber jogar, e bem, em ambos os sistemas. Um verdadeiro goleador, com toque e requinte para vir buscar a bola em qualquer zona do campo e entrega-la aos companheiros com qualidade.

    Com certeza um dos melhores jogadores estrangeiros que pisaram o relvado da luz. E por se tratar mesmo um dos melhores, é que está a tornar-se difícil e mesmo um caso sério, a dependência da equipa para com o avançado brasileiro. Ou será a dependência de Rui Vitoria para com o número 10 do clube encarnado?

    São ambas, situações que fazem pensar e repensar a forma como os adeptos vêem o futuro da equipa. Como é que será o Benfica capaz de substituir um jogador que consegue no mínimo, marcar trinta golos por época. Sendo por esta altura o segundo melhor marcador estrangeiro do clube.

    Para além dos golos que contribui para a equipa, são as suas prestações em campo, e todo o seu jogo capaz de fazer crescer qualquer companheiro que esteja a seu lado. E os próprios jogadores sentem isso. Sentem a falta de alguém que a quem podem contar e passar a bola para matar sempre uma jogada.

    Atualmente, e num contexto de liga portuguesa, os avançados que o Benfica dispõe, são capazes de fazer o trabalho de enfrentar as balizas adversárias, mas agora que o Benfica, se preparara para começar mais uma jornada nas competições europeias, a necessidade de alguém com o perfil e instinto de Jonas são precisos. E vale a pena lembrar a péssima prestação que o clube deixou na época passada. Simplesmente desastrosa.

    Por esta altura, Jonas, trata-se mesmo de uma dependência total para a equipa, treinador e clube. A recuperar e fazer testes intensivos em Espanha, basta esperar que o avançado de trinta e quatro anos, recupere o mais breve possível e que seja capaz de aguentar mais uma época na luz, nem que seja só para jogar no campeonato português, a marcar os seus mais de trinta golos por época!

    Foto de Capa: SL Benfica

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    João Reis
    João Reishttp://www.bolanarede.pt
    Desde de 1993 que a cor que lhe corre nas veias é vermelha e branca! Quando era mais novo, chegou a jogar no clube rival de Lisboa, mas nunca escondeu que o seu grande amor era o Glorioso. Tem uma enorme admiração pelo Liverpool FC. Gostava de um dia ir a Anfield Road e cantar bem alto a canção que imortalizou os Gerry & The Pacemakers: "You'll Never Walk Alone!" A dar os primeiros passos como treinador de futebol, o seu maior sonho é treinar o clube de coração e alma, o Sport Lisboa e Benfica.                                                                                                                                                 O João escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.