A (des)ilusão do vídeo-árbitro

    Muito se tem falado acerca da dimensão e proporções que tomam os erros de arbitragem, chegando mesmo alguns clubes a atribuir-lhes a culpa pelo seu insucesso nos jogos e má posição na classificação. E apesar do futebol viver muito dessa polémica que determinados lances fazem despoletar, pretende-se um método mais justo e a Federação Portuguesa de Futebol decidiu utilizar o sistema vídeo-árbitro para esse fim, já na Final da Taça de Portugal e a partir da próxima época.

    No entanto, esta inovação tecnológica só se aplicará em situações de jogo muito específicas como validação de golos duvidosos, situações de penálti, amostragens de cartões vermelhos pelo que, não resolverá todos os problemas, nem anulará a existência de erros.

    A ideia é criar um centro de vídeo-arbitragem onde se encontrarão os juízes em contacto permanente, via áudio, com os seus colegas que apitam no relvado mas a decisão final será sempre do árbitro da partida, que terá câmaras à disposição para verificar as situações é certo, mas o sistema em si próprio não é resolutivo.

    Ou seja, o vídeo-árbitro será apenas e na minha opinião, mais um instrumento de ajuda na tomada de decisões da equipa de arbitragem, como já são os intercomunicadores por exemplo, ou os árbitros de baliza mas não resolverá todos os problemas. Será mais um motivo de discussão a juntar a todos os outros.

    Será o video-árbitro uma ajuda?
    Será o video-árbitro uma ajuda?

    Se virmos, em tempos existiu a teoria de que se os árbitros fossem profissionalizados deixavam de existir arbitragens mal executadas ou tendenciosas e, constata-se, não aconteceu. Ajudou claro porque são todos caminhos no sentido de evoluir, de tornar o futebol mais limpo e tirar tanta pressão de cima dos árbitros e estes terem melhores condições para desempenhar a sua função mas resolver, não resolveu. Pois, como já referi, se um árbitro considerar não marcar uma grande penalidade, isso continuará a acontecer.

    Sigo com frequência os programas desportivos de domingo e segunda à noite e quem o faz também sabe que são um bom exemplo de que, mesmo com acesso a imagens de vários ângulos, em várias posições, com efeitos slow motion ou rápido, raramente há concordância entre os comentadores. Quase todos os lances de dúvidas em campo são lances igualmente de dúvida na televisão, salvo raras exceções. Mais, quantas vezes não é posto em causa o trabalho dos realizadores que, alegadamente, omitem imagens ou utilizam planos menos claros? Vai certamente mudar o tipo de contestação mas não acabará com a mesma.

    E há outra questão, o nível de clubismo de cada um muitas vezes não permite ver a realidade como ela é por isso, lamento dizê-lo mas que não se criem grandes expetativas porque o vídeo-árbitro é mais um caminho para o sucesso mas está longe de o ser.

    Contudo, são medidas de louvar e com a acertada finalidade de promover uma maior justiça no desporto rei e com as quais estou inteiramente a favor mas não sejamos utópicos!

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    Patrícia Ribeiro Fernandes
    Patrícia Ribeiro Fernandeshttp://www.bolanarede.pt
    Desde que se conhece que a Patrícia gosta de bola e chegou mesmo a jogar, mas a vida seguiu por outros rumos. Como mulher de paixões que é, encontra no Benfica a maior de todas e é a escrever que se sente em casa.                                                                                                                                                 A Patrícia escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.