Rui Vitória. Foi este o nome que andou nas bocas do mundo durante grande parte desta temporada. Acusado de não ter mãos para o “Ferrari”, considerado por uma personagem caricata do futebol português (JJ) como um mau profissional, criticado por muitos e alvo das mais variadas pressões. O certo é que o treinador do Benfica fez jus ao seu nome e voltou a colocar a turma encarnada no devido lugar, e para além deste feito tem mostrado um trabalho extra, coisa que não se viu na era de Jorge Jesus.
Um dos maiores desejos do presidente encarnado, e também dos seus adeptos, era ver um onze onde houvesse jogadores que sentissem o símbolo como nós, adeptos, o sentimos. Um onze onde houvesse jogadores que amassem o emblema que carregam ao peito, um onze onde houvesse jogadores formados no clube. Um dos louros do professor Rui Vitória foi a aposta nos miúdos da formação. Aqueles, que teriam de nascer dez vezes para terem a qualidade exigida pelo antigo treinador encarnado, com Rui vitória apenas necessitaram de nascer uma vez para terem a sua oportunidade e mostrar serviço.
Apesar de serem jovens talentosos, a entrada na equipa principal é sempre complicada, e é aí que se torna evidente o trabalho do treinador ribatejano e de toda a sua equipa técnica. Como se sabe, jogar nas camadas jovens ou na segunda liga não é o mesmo que jogar no escalão máximo do futebol português ou nas competições europeias.
É nesse capítulo que se entende todo o trabalho que está por trás do lançamento destes jovens na equipa principal. Renato Sanches, Nelson Semedo e Victor Lindelöf são o exemplo disso. Apesar de serem jovens hoje jogam com muita maturidade, atingindo assim uma ascensão meteórica. Em pouco tempo assumiram-se como garantias e todos eles chegaram à seleção principal dos seus países. A forma tranquila e descontraída como se apresentam nos jogos que efectuam e a segurança que têm oferecido à equipa encarnada mostram que não é preciso apostarmos em trintões para termos uma equipa segura e com rotinas de jogo bem sabidas.
Sem investir milhões em vedetas, Rui Vitória tem conseguido aproveitar a prata da casa e valorizá-la. Quem sabia quem eram estes miúdos há uns meses atrás? Provavelmente muito pouca gente, mas o certo é que hoje em dia andam nas bocas da Europa, sendo inclusive bastante cobiçados por algumas equipas de topo como o PSG ou o Real Madrid, por exemplo.
Outrora, todos os Benfiquistas olhavam para Jesus e viam nele uma máquina de valorizar jogadores, o que fazia o Benfica encher os seus cofres; pois, hoje em dia, eu vejo o mesmo em Rui Vitória, que em pouco tempo conseguiu fazer de “desconhecidos” jogadores de quem se fala pela Europa fora e para além disso fez com que outros jogadores, como Pizzi, rendessem muito mais.
Como o nosso presidente disse outrora, no Benfica não há insubstituíveis, e o trabalho que o professor Rui Vitória tem vindo a realizar depois da saída de Jorge Jesus é o exemplo disso.
Foto de Capa: SL Benfica