A sorte não favorece os audazes

    O empate a uma bola entre Benfica e PAOK esteve longe de ser um resultado justo.

    Os encarnados sofreram inicialmente com a pressão alta dos gregos mas cedo a estratégia adversária caiu. Com o baixar de linhas do PAOK, o Benfica começou a sentir-se confortável, como é apanágio desde que Rui Vitória chegou.

    O Benfica de Vitória, se não for pressionado na primeira fase de construção, rapidamente consegue instalar-se no meio-campo adversário, ainda que depois tenha dificuldades em transformar a posse em oportunidades. Ontem, a posse foi transformada em oportunidades e Pizzi podia ter resolvido a eliminatória em três ou quatro remates.

    A falta de qualidade do PAOK também começava a ficar cada vez mais evidente. Coletivamente, com bola, os gregos não foram capazes de fazer uma jogada em condições. Na perspetiva individual, apenas Vierinha, Babá e Pelkas fugiram da mediocridade que grassava no onze da equipa de Salónica.

    Pizzi foi o melhor em campo
    Fonte: SL Benfica

    Na segunda parte, o Benfica, já a vencer, entrou ainda mais personalizado e a fazer uso dos seus melhores jogadores. Zivkovic subiu o rendimento, Ferreyra perdeu a vergonha, e Gedson melhorou a percentagem de acerto das suas ações. No entanto, numa altura em que o Benfica estava claramente por cima e confortável com bola, Rui Vitória decide tirar Zivkovic e colocar Rafa.

    A entrada do português até podia aceitar-se naquele período mas nunca para o lugar do sérvio. Franco Cervi, que somou disparates atrás de disparates, era o homem a sair. A partir daí, o Benfica, com dois alas que valorizam a correria acima de tudo o resto, perdeu o controlo do jogo e deixou o PAOK ter mais bola, ainda que de forma inconsequente. Sem bola, o Benfica teve de pressionar mais e cometer faltas. Foi através de uma falta -inexistente, diga-se- que surgiu o golo dos gregos.

    Depois do infortúnio, Rui Vitória decidiu o que sempre decide quando precisa de correr atrás do resultado: meter mais um avançado. Além de Seferovic, um jogador que se percebe completamente alheado das dinâmicas da equipa, entrou João Félix, que em 15 minutos fez mais do que Cervi em 75. A equipa melhorou ligeiramente, Ferreyra teve uma bola açucarada de Félix, mas o resultado terminaria com o empate.

    Para a segunda mão é imperativo uma vitória. O discurso do treinador terá de ser afirmativo, ao contrário do que fez na conferência de imprensa pós-jogo. Um empate nem sequer se pode colocar em causa. O Benfica é tão melhor e maior que o PAOK que seria um crime não ganhar e, consequentemente, estar na edição 18/19 da Champions.

    Foto de Capa: SL Benfica

    Artigo revisto por: Vanda Madeira Pinto

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    Pedro Manuel Magalhães
    Pedro Manuel Magalhãeshttp://www.bolanarede.pt
    Mal sabia andar e já ia ao estádio ver os jogos do Gil Vicente, clube da terra natal. A paixão pelo relvado, pelos golos e pelas fintas, agarrou-se como uma doença e não mais saiu. Depois aprendeu a ler e a escrever e como não tirava más notas nas composições, aventurou-se na criação de blogues de bola. Mais tarde, na inconsciência dos seus dezoito, frequentou Ciências da Comunicação. Mantém vivo o sonho de ser jornalista desportivo, de derrubar chavões e fazer parte de uma nova era que pensa o futebol como um jogo para os criativos e inteligentes.                                                                                                                                                 O Pedro escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.