Mau. Muito mau. Pouca coisa positiva pode ser retirada do jogo de hoje, que levou mais de 40 mil pessoas ao Estádio da Luz para verem o primeiro contra o último classificado. O Benfica venceu pela margem mínima, mas esteve (muito) longe de convencer. Voltou a fazer uma exibição miserável e continua a apresentar fragilidades muito pouco naturais para uma equipa que vem de uma época quase perfeita.
Sendo completamente honesto, são muito poucos os jogadores que transparecem segurança e firmeza na hora de decidir bem durante o jogo. Se excluirmos os dois avançados (Lima e Jonas), Gaitán, Maxi Pereira, que tem sido um dos melhores nesta temporada, e o guarda-redes, Júlio César, tudo o resto me deixa de pé atrás. Benito é medonho, Jardel é capaz do melhor e do pior, Samaris teima em não convencer, Ola John é provavelmente o jogador que pior decide no plantel, Talisca tem pouquíssima intensidade e Tiago nem devia estar entre estas contas, de tão fraco que é. Não incluí aqui César porque hoje registei bons apontamentos. Acho que, tal como Cristante, é um jogador de futuro e que deve ser bem preservado pelo Benfica.
Ainda assim, e não descurando da linha de mediocridade que vive o Benfica, hoje é um dia para refletir: o Benfica ganha ao último classificado com um golo irregular. Creio que até poderia vir a ganhar, mais tarde ou mais cedo, o jogo, mas o que fica registado é isso mesmo. Ganhou com um golo que devia ter sido invalidado e fez uma exibição paupérrima. E tudo se explica de forma muito fácil: a equipa que hoje entrou em campo não tem o nível de um suposto candidato ao título. Samaris não é trinco, nunca o será e Jesus insiste em colocá-lo naquela posição. Não sei se com intenção de fazer render o dinheiro que gastou por ele, mas arrisca-se novamente a brincar com o fogo (Fejsa, volta rápido). Já Talisca não é, de todo, um jogador com as características indicadas para jogar perto do médio mais recuado da equipa. O brasileiro não tem intensidade, decide muitas vezes mal e está em clara quebra de forma. Sei bem que metade da equipa habitualmente titular está afastada, mas nada justifica que o Benfica continue a apresentar-se em campo com jogadores de fraco nível e/ou fora das posições em que se sentem mais confortáveis.
Nota ainda para a declarações, no final do jogo, de Jesus. Desajustadíssimo e novamente a arranjar um bode expiatório para o insucesso da equipa. Hoje, ter-lhe-ia ficado bem admitir que o Benfica esteve mal. Admitir que nem merecia vencer. Mas não. Jorge Jesus voltou a sacudir a água do capote e a tentar fazer crer está tudo bem. A fazer esquecer que o Benfica já não está na Taça de Portugal e nas competições europeias e que, se falhar o campeonato, faz uma temporada absolutamente ridícula. Que o treinador dos encarnados reflicta bem. Que reze para que Fejsa, Sílvio, Amorim ou Sulejmani regressem rápido. Porque a jogar assim, sem Enzo e talvez Gaitán, o Benfica vai ter uma segunda fase de campeonato muito complicada.
A Figura:
Não é difícil. No meio da banalidade, resta-me escolher os que hoje fizeram por justificar uma presença no onze. Maxi Pereira foi o mais inconformado com a má exibição encarnada. E César surpreendeu pela positiva.
O Fora-de-Jogo:
Aqui é complicado. Mas Bebé (ou Tiago, como preferirem, não é por isso que fica melhor jogador) esteve novamente desastroso. Não tem qualidade para jogar no Benfica. Mas a culpa é de quem o mete a jogar.
Foto de Capa: Facebook do Sport Lisboa e Benfica