Caro Mister,
Daqui escreve-lhe um fervoroso adepto benfiquista com a pequena mas, ainda assim, existente esperança de que possa ler isto. Se não der também está tudo bem; eu percebo. Vamos ao que interessa.
Preciso, primeiramente, de sublinhar que não contava com este rendimento. Sei que dá a sensação de que estou a começar isto com um tom negativo, mas não o veja dessa forma. O trabalho por si feito no Paços de Ferreira e no Vitória de Guimarães foi óptimo e perspectivava um bom trabalho na Luz, mas sempre pautei por ser um pouco cético no que toca a treinadores do meu clube.
O início foi tremido. Depois da derrota na Luz frente ao Sporting temi o pior. É que na minha curta vida, e nas memórias mais fixas na minha mente, o rival da segunda circular só foi campeão uma vez. Logo, não estou habituado, nem quero estar, a que o sejam mais vezes. Contudo, nestas coisas do futebol há um depois.
O depois que o treinador nos deu não poderia ter sido melhor. Daí para frente foram só vitórias e retribuímos a derrota caseira com uma vitória fora. Fomos campeões, tudo porque o mister sempre teve o apoio da equipa, do staff, da direcção, e dos adeptos.
Época nova, vida nova. Sem Nico e Renato e com Jonas a começar na enfermaria. Mais uma vez, temi. Mas, mais uma vez, a resposta foi boa. O Benfica de hoje, aquele que moldou e comanda, é uma máquina de futebol. Bem oleado, com alternativas de qualidade para todos os lugares, e com um registo impressionante
Costuma-se dizer, na terra de onde venho, que alguém que encara as coisas com frontalidade e clareza “agarra o touro pelos cornos”, e foi isso mesmo que o mister fez. Trabalhou com o que escolheu e com o tinha e montou uma equipa no verdadeiro sentido da palavra. Não há cá insubstituíveis; importam todos. Não há cá espaço para especulações; as coisas são como são. Não temos nem devemos falar dos outros; importa é saber de nós.
É esse o espírito de que este Benfica precisa. Esta proximidade com a massa adepta e distância com o que se passa nos outros lados. Uma equipa que é pragmática e joga só a pensar numa coisa: na vitória.
Acredito, piamente, que o Benfica este ano vai ser, mais uma vez, campeão. Sob a sua alçada, com as suas ordens, passando para o campo a mensagem que todos queremos: um Benfica forte que joga à bola. Uma equipa que ganha taças e invade marcos para festejar.
Se este Benfica impressiona e cala críticos é porque o professor assim o fez. Uma equipa aventureira capaz de tudo, mas, acima de tudo, capaz de nunca deixar mal os fãs. Um Benfica, sem sobra de dúvidas, E Pluribus Unum.
Foto de capa: SL Benfica