É sabido, desde há muito tempo, que o Benfica tem boas relações com os sul-americanos. Isto tem tido coisas boas e más. É que este tipo de ligação se tenha estabelecido porque isso permitiu ao Benfica ter Di Maria, Aimar, Saviola, Ramires. Eu sei, isto são tudo exemplos do primeiro ano de Jesus e do ano em que se voltou a conquistar o campeonato, mas tenham calma. Estes são os bons exemplos, mas como disse, há os maus. Benitez, Bruno Cortez, Melgarejo – pessoalmente até lhe conferia algum potencial, mas não como lateral – enfim, entre tantos outros.
Costuma-se dizer que o bom jogador de xadrez está entre 5 a 10 jogadas à frente do seu adversário. Talvez seja por isso que os jogos de xadrez demorem muito tempo, porque depois aquela gente não quer copiar a jogada do outro, porque fica mal, enfim, não é esse o ponto. A questão aqui é para que serve Guillermo Celis?
Este não é argentino ou brasileiro. Trata-se de um jovem de 23 anos, natural de Sincelejo, cidade colombiana. Sim, depois do falhanço que foi o negócio da Radamel Falcão há uns tempos, o Benfica lá acertou o passo no que toca a colombianos e comprou um, não um ponta-de-lança, mas sim um médio centro/defensivo. Mas com que intuito?
Esta é daquelas coisas que provoca uma certa urticária na minha pituitária. Mais médios? É que depois não há espaço para que eles joguem todos, porque caso não Vitória não esteja ciente disto, ele, tal como todos os treinadores, acaba por desenvolver um gosto natural por uns, e ir pondo de parte outros.
A título de exemplo. Quem já leu outros textos escritos por mim sabe que se há médio que eu nunca gostei, mas aceito, porque é jogador do Benfica e vai mantendo os mínimos, é Samaris. Desde de 2004 que não consigo gostar de gregos! É um problema que tenho. Sim senhor festejo os golos do Mitroglou, mas depois retomo à calmaria que é inerente a minha personagem. Para quem se está a perguntar, sentia-me “meh” em relação a Katsouranis e Karagounis. Mas voltando a Celis.
Não é que eu possa dizer à boca cheia, como faço com Samaris, que não gosto dele. Simplesmente não vi o suficiente dele para ter uma opinião devidamente formalizada. Nem eu, e seguramente, boa parte dos benfiquistas. Sejamos honestos, será que algum dia vamos ter? Na melhor das hipóteses podemos ouvir alguém dizer: “Não me prece mauzinho”, mas isso não é nada.
E porque é que não temos essa opinião de Celis? Porque ele não joga. E porque é que ele não joga? Porque para além de Fejsa ser indiscutivelmente o titular daquela posição, mais depressa vemos jogar, no seu lugar, Samaris ou até o canivete suíço que é o André Almeida.
A partir do momento em que um jogador que é lateral-direito/ lateral-esquerdo/ médio-centro/defensivo, honestamente acho que só nunca vi o André Almeida a jogar à baliza, é escolhido para fazer o lugar que alguém como Celis foi treinado e talhado para fazer, então um jogador destes parece ter os dias contados no Benfica.
O cenário em que Celis está incluído é, ou era, o mesmo em que Danilo estava. Danilo veio por empréstimo para o Benfica como uma futura alternativa a, como não podia deixar de ser, médio-centro/defensivo. Sabem o que é que aconteceu a Danilo? Claro que sabem mas eu vou dizer na mesma, saiu do clube para jogar mais.
A verdade é esta Celis podia fazer o mesmo que Danilo fez. Não digo com isto que o Benfica deva vendê-lo. Nada disso, mas empresta-lo para fazer o mesmo que Danilo fez é boa ideia. Não se sabe se está ali um futuro patrão do meio-campo, mas sem que ele jogue, nunca se saberá. Conselho, Janeiro ainda dura uns dias.
Foto de capa: SL Benfica