Conquistar a Grécia

    Depois de eliminar, em duas mãos, os turcos do Fenerbahce, o Benfica conheceu recentemente o próximo adversário na fase de pré-eliminatória para a UEFA Champions League: Panthessalonikeios Athlitikos Omilos Konstantinoupoliton ou por outras palavras, PAOK. A equipa grega chega a esta eliminatória depois de eliminar dois fortes adversários: em primeiro lugar os suíços do Basel, dois a um na Suíça e três a zero em Salónica; logo depois eliminou os russos do Spartak de Moscovo com uma vitória por três a dois na Rússia e um empate a zero bolas na Grécia.

    Para começar a esclarecer de que forma o SL Benfica pode derrotar o emblema grego, comecemos por tratar as palavras do jogador do reforço do PAOK, Pontus Wernbloom: “Benfica não é equipa de topo.” Engane-se quem pensa assim. O Benfica, tenha que resultados tiver no seu passado, é uma equipa de topo e com presença mais que justa na fase de grupos da UEFA Champions League.

    O Benfica, com o seu historial frente ao PAOK, é sem dúvida uma equipa com maior valor que o emblema grego. Além de a Liga Portuguesa ser uma liga com maior competitividade que a grega, o PAOK não tem a qualidade europeia recente que o Benfica tem. Mas para eliminar o PAOK o Benfica tem de esquecer o passado a longo médio e curto prazo na prova e enfrentar o PAOK como adversário que merece o respeito que merece.

    Em primeiro lugar, e que fique bastante claro, o PAOK é uma equipa fortíssima ofensivamente. Até ao momento, mesmo com apenas quatro partidas oficiais, mostrou muita qualidade no último terço do terreno. E prova disso é o número de golos marcados fora de casa. A par desta qualidade ofensiva, o coletivo de Lucescu é também uma equipa com qualidade defensiva, muito dela demonstrada nas duas partidas em casa. A equipa do PAOK, normalmente, joga as partidas fora num esquema tático de 4-3-3 e deixa o 4-2-3-1 para os jogos no seu terreno.

    Os jogadores têm de estar focados frente à equipa grega
    Fonte: SL Benfica

    Muita da qualidade ofensiva deve-se, não só aos jovens talentos ofensivos como ao trabalho dos laterais defensivos que são todos eles jogadores com muitíssima experiência no trabalho pelas alas. O ataque da equipa grega, como o disse, é muito jovem, contudo, o jogador mais velho tem 28 anos – Prijovic que marcou já três golos nas quatro partidas jogadas para a UEFA Champions League.

    Este é, sem margem de dúvidas, o maior perigo da equipa PAOK e o jogador a ter maior atenção por parte da nossa linha defensiva. Contudo, é no meio campo que está o núcleo duro e mais importante da equipa grega: Cañas, Maurício, Pelkas. Cañas é o homem mais defensivo do meio-campo grego e talvez o jogador com maior experiência neste sector. Maurício, é também um jogador defensivo, mas com trabalho de transporte de bola a par de Pelkas que, já esta temporada, jogou como distribuidor e transportador de bola.

    Na defesa está a grande muralha do PAOK: a idade média dos habituais jogadores (acima de 30 anos), o trabalho ofensivo que fazem com qualidade pelas alas, o reduzido número de golos sofridos na fase oficial deste início de época, são dados a ter em atenção na hora de atacar a equipa do PAOK pois parece estar bem mais preparada do que aquilo que pode aparentar. O Benfica terá que entrar em campo com uma defesa bastante atenta, com André Almeida ao mais alto nível na defesa e com Rúben Dias a não falhar a qualquer momento da partida.

    No centro do terreno é necessário ter cuidado com as possíveis movimentações do triângulo do meio-campo. Isto, pois os dois trincos, muitas vezes sobem as suas linhas e tornam-se os três em médios bastante ofensivos. No ataque a perfeição tem de ser uma constante ao longo dos últimos minutos. Caso jogue Ferreyra, é necessário estar mais atento às movimentações dos colegas de equipa nas alas e ter uma maior eficácia na hora de rematar às redes do PAOK.

    O facto de ambas as equipas jogarem com um meio-campo a três prevê que muitas vezes o jogo poderá ser jogado a meio-campo com ambas as equipas a procurarem jogo pelas alas ou distrações centrais do meio-campo defensivo. Para Rui Vitória, a mensagem é simples: não ter medo de atacar. Reter a bola, fazê-la movimentar entre a defesa e o meio-campo não é de todo uma estratégia de quem quer esmagar o adversário, mas sim de quem quer, num momento inesperado, sofrer um golo.

    E todos sabemos que, sofrer um golo na partida em casa, não seria uma boa estatística a levar para a partida fora de portas. Antevê-se uma partida forte fisicamente com as duas a querer tomar controlo do jogo logo de início. Carrega Benfica, rumo aos potes da fase de grupos!

    Foto de Capa: SL Benfica

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    João Neves
    João Neveshttp://www.bolanarede.pt
    O João é benfiquista desde que se lembra. Nascido e criado em Aveiro, com uma experiência de cinco anos de vida em Moçambique, vive em Lisboa desde Agosto de 2015. A acompanhar os jogos do Benfica desde sempre e sem falhar a presença no Estádio da Luz pelo menos uma vez por ano, desde sempre que escreve textos pessoais acerca do Benfica e sobre o futebol em geral. Com coragem para defender e criticar o clube da Luz sempre que for preciso, tem mais interesse pela arte do futebol praticado do que pelas polémicas ou aspectos que mancham o desporto rei.                                                                                                                                                 O João escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.