Tal como numa saída com os amigos, onde a expectativa é alta e as luzes estão focadas em nós, assumimos uma certa postura e puxamos o game todo, mas depois às 7h da manhã estamos na Merendeira a comer o belo caldo verde e um pão com chouriço com as calças sujas de vodka, o Benfica foi embora da Liga dos Campeões.
Magoa-me ter de comparar o Benfica a um adolescente que quis ir para casa com a menina mais gira lá do sítio, mas depois viu o tipo de 25 anos, formado em Gestão no ISEG, que trabalha há 2 anos na Liberty Seguros e que conduz um Mini Countryman a levar a cachopa, mas infelizmente foi o que aconteceu.
Aquilo que levámos de Lisboa para Dortmund, o 1-0, com um espasmo do Mitroglou a dar em golo, era bom do ponto de vista do resultado, mas tendo em conta aquilo que tinha acontecido na Luz, não era de bom augúrio.
Num apanhado rápido daquilo que se passou na quarta-feira, o Aubameyang pagou o jantar e o Pulisic os cafés. A frio, sem dar hipótese, com o jogo sempre controlado e para passar a mensagem de que na Luz não foi qualidade, foi sorte. Em bom dizer da verdade, o problema parece ser muito simples e de certa forma repetitivo: o Benfica de Vitória não joga mais do que aquilo. Para o campeonato não está mau e com alguma água benta vai dando, mas para a Champions é para esquecer.
Ainda no outro dia ouvi um senhor a comentar com alguns dos seus companheiros que o Benfica, mais tarde ou mais cedo, ganha uma Liga dos Campeões porque tem estrutura. Certo, ter estrutura é importante e todas as grandes equipas que querem ganhar uma Champions têm de ter uma em condições (exemplo do Real Madrid, do Bayern ou do BarceUefa), mas isso só não chega. Há que ter equipa e isso não temos.
Atenção, temos bons jogadores e com bastante qualidade, como Jonas, Nélson Semedo, Ederson ou Pizzi, mas eles sozinhos não ganham uma taça destas, e com um treinador que não consegue corrigir as falhas e espera que a coisa vá melhorando de jogo para jogo também não dá.
Mais uma vez foi uma aventura europeia com altos e baixos e sem grande brilho, ao contrário do ano passado, onde, por uma nesga, não eliminámos o Bayern. Este ano foi uma fase de grupos onde complicámos o que podia ter sido fácil e saímos de gatas, outra vez, às mãos dos alemães.
Nesta altura apenas se pode pedir uma coisa, que se repita o ritmo do ano passado onde acabámos por vencer o campeonato e a Taça da Liga, só que este ano troquem a Taça dos Correios pela de Portugal. De preferência que isso comece já na segunda-feira, em casa, frente ao Belenenses. Para mostrarem aos sócios e à massa associativa que estão de cabeça erguida e prontos para o que aí vem.
Artigo Revisto por: Patrícia Nel