Depois do empate caseiro comprometedor na jornada inaugural, e da derrota pesada (quase humilhante) na visita a Nápoles, eis que o Benfica aparece com força na Champions. O momento não era de hesitações. O contexto não era o ideal – o frio é sempre um entrave importante -, mas a equipa de Rui Vitória foi competente em quase todas as fases do encontro. A inoperância dos ucranianos ajudou, mas, a vitória, construída sob um pragmatismo assinalável, é mais que justa.
Ainda as equipas estavam na tão proclamada fase de estudo, e já Antunes dava uma ajuda aos seus compatriotas. Insistência do Benfica – que tinha tido alguns lances interessantes até então – e Gonçalo Guedes a provocar o erro do português. Salvio inaugurou o marcador. O mais difícil estava feito. O Dynamo tentou reagir aos poucos, mas as soluções não eram muitas. Sem criatividade no meio – havia, sim, muita força -, eram os alas que tinham a responsabilidade de criarem os desequilíbrios numa estrutura defensiva bem montada por Rui Vitória. Se Derlis falhou redondamente, Yarmolenko, lá foi criando diversos problemas à defesa do Benfica. Porém, os encarnados, até ao fim do primeiro tempo, com maior ou menor dificuldade, foram resolvendo os problemas.
Quando se esperava, no segundo tempo uma reacção mais assertiva dos ucranianos, o contrário aconteceu. A apatia tomou conta do Dynamo e o Benfica, sem forçar muito a nota (artística), tomou completamente cota das rédeas do jogo. Com Cervi endiabrado, o Benfica ia descobrindo espaços, mesmo que tivesse dificuldades na definição dos lances. As movimentações de Gonçalo Guedes eram um quebra-cabeças para os ucranianos. Numa dessas jogadas, com tabelas pelo meio, Pizzi descobriu Salvio, que ofereceu o golo a Cervi, que, À segunda tentativa, colocou o esférico nas redes do Dynamo. Um bom prémio para quem mostra cada vez uma maior consistência táctica, sempre aliada a um talento nato.
Até ao fim do encontro, o Dynamo ainda criou alguns problemas defensivos ao Benfica, que desligou os motores de intensidade táctica. Nessa fase do encontro, Éderson esteve gigante nas redes encarnadas e confirmou aquilo que o jogo provou: a superioridade benfiquista. Nunca se deve desperdiçar uma segunda vida. Ainda mais com tanto em jogo.