Ficou já consumada a transferência por empréstimo de Raúl Jiménez para o Wolverhampton Wanderers Football Club. A cedência será por uma temporada, sendo que os ingleses pagaram desde já três milhões de Euros e têm a possibilidade de adquirir a título definitivo o avançado mexicano no final da temporada, accionando a cláusula de compra fixada nos 38 milhões de Euros.
Numa temporada em que a Estrutura do Sport Lisboa e Benfica pretendeu renovar o sector mais avançado do plantel, após as contratações de Nicolás Castillo e de Facundo Ferreyra, Raúl perdeu o seu espaço e, por isso, optou-se por ceder os seus serviços à equipa recém-promovida à Premier League e orientada pelo treinador português Nuno Espírito Santo. Neste sentido – e dando a minha opinião pessoal –, tendo em conta o leque de avançados que temos neste momento, o empréstimo com opção de compra acaba por ser uma boa opção. Adicionalmente, terá sido algo acessível para o SL Benfica negociar este dossier, uma vez que detém boas relações com o empresário Jorge Mendes que, por sua vez, possui influência sobre a política de contratações e vendas dos ingleses do Wolves.
O que é facto é que Raúl abandonou a Luz após três temporadas com o Manto Sagrado ao peito e, para a História, ficam as suas 120 presenças em jogos oficiais e os seus 31 golos apontados. Na nossa memória, estarão para sempre os golos que marcou em alturas cruciais e que tanto nos ajudaram na conquista do Tricampeonato, do Tetracampeonato, na temporada passada enquanto lutávamos pelo Pentacampeonato e, ainda, noutras competições. Assim de cabeça, lembro-me dos golos contra o Moreirense FC em 2015 (a sua estreia a marcar pelo SL Benfica), contra a Académica de Coimbra (que consumou a reviravolta no marcador aos 85 minutos), contra o FC Bayern München (na Luz, para a Champions League, a fazer o 1-0), contra o Rio Ave FC (em dois jogos emotivos nas temporadas de 2015/2016 e 2016/2017, com as vitórias a serem obtidas por intermédio de um golo do mexicano), contra o Sporting CP na Luz (a fazer o 2-1), na Final da Taça de Portugal contra o Vitória SC ou mesmo os dois golos que marcou na vitória suada por 1-2 frente ao Vitória FC, nesta temporada que passou.
Raúl nunca foi consensual nas opiniões dos Benfiquistas. Se olharmos somente para os seus números, chegamos à conclusão que ficaram aquém daquilo que é exigido a um ponta-de-lança. Ainda assim – e apesar de não ter sido um profícuo marcador de golos –, assinou momentos de grande brilhantismo com a nossa camisola. Quem não se lembra daquela assistência “de letra” que está na imagem acima, para o golo de Jonas, na Luz, frente ao Vitória SC? Esse lance diz tudo sobre o jogador que Raúl é: apaixonado pelo espectáculo, quis fazer algo tão bonito e arriscado ao mesmo tempo, que poderia ter posto em risco a sua integridade física. Mas isso, para ele, não importa; o que lhe importa é ir para dentro de campo e deixar lá a vida.
Não sabemos o que o futuro reserva. Se voltará a vestir a camisola do SL Benfica ou se esta terá sido a última temporada em que tal aconteceu. Seja como for, a entrega que o mexicano sempre demonstrou não poderá nunca ser esquecida. Numa equipa como o SL Benfica, para além de jogadores de qualidade inegável, temos também de ter jogadores que não amuam por não jogar, que são profissionais e que sabem respeitar o seu espaço e o dos outros. Apesar de nunca ter escondido que gostava de jogar mais – até para ir cumprindo a sua ambição de vestir a camisola mexicana –, Raúl foi sempre um exemplo de dedicação ao longo das três temporadas que por cá passou.
Quem dá tanto pela camisola do SL Benfica tem de ter o nosso maior respeito. E é por isso que gosto de Raúl. É por isto que digo: ¡Gracias, Raúl!
Foto de Capa: SL Benfica