Menino de bronze em Portugal, menino de ouro em França

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    O último programa de televisão oficial da Liga Francesa deu especial enfoque ao português Bernardo Silva. O jovem talento foi apelidado de “estrela em ascensão” e considerado uma das maiores promessas do futebol português. E como poderia não o ser?

    Ele tem apenas 20 anos e já manda, e encanta, no meio campo do clube monegasco. O que não serviu para colmatar o espaço vazio do meio campo benfiquista foi aproveitado por Leonardo Jardim. E quando muitos achavam estranho o técnico português ter pedido um jogador da segunda divisão para acrescentar qualidade a uma equipa que tem uma temporada de Liga dos Campeões pela frente, Bernardo Silva desenganou-os. E desenganou-os bem. Ele tem mostrado qualidade e dado cartas. Tem preenchido bem o meio campo, tem criado oportunidades e concretizados bons passes e dado boa fluidez ao meio campo do Mónaco. E, como seria de esperar, o mundo ficou de olhos postos nele. O jovem português é um produto da formação benfiquista e apesar de estar a adorar a experiência no Mónaco (algo absolutamente normal de quem passa de uma divisão secundária para o principal palco do futebol mundial: a Liga dos Campeões) não esconde o desejo que regressar à Luz.

    O jovem português tem brilhado além-fronteiras. Não teria sido ele uma melhor aposta para reforçar o miolo encarnado do que os médios que chegaram? Fonte: zimbio.com
    O jovem português tem brilhado além-fronteiras. Não teria sido ele uma melhor aposta para reforçar o miolo encarnado do que os médios que chegaram?
    Fonte: zimbio.com

    A minha pergunta é simples e não é novidade. Enzo Pérez foi um tema que fez tremer afición encarnada durante o verão. Quem iria substituir o argentino, caso este saísse? Inúmeros nomes foram lançados pela imprensa para cima da mesa. Para reforçar o meio campo acabaram por chegar três jogadores: Talisca, Cristante e Samaris. Num total foram gastos 20 milhões de euros nestes reforços. Não se poderia ter poupado um bom somatório ao ter apostado em jogadores que já tinham dado provas de qualidade e margem de crescimento? Por exemplo, Bernardo Silva e João Teixeira. O mesmo aconteceu em relação à posição de defesa direito. Porquê Luís Felipe? Porque não apostar na evolução de João Cancelo? Nas vossas cabeças deve ecoar um sentimento de estupidez em relação ao autor deste artigo, uma vez que a resposta é simples e tem apenas duas palavras: Jorge Mendes. É notório o papel do empresário português na movimentação destes jogadores. No entanto, deveria ser maior a influência da SAD benfiquista sobre a vontade do empresário e do próprio treinador. O presidente deveria tomar uma posição, reforçada, com vista a concretizar a tão desejada política de aposta na formação do clube da luz.

    Bernardo Silva podia ter poupado milhões ao Benfica no passado defeso. Em vez disso, investiu-se em três outros médios. Até agora, apenas um deles tem sido uma mais-valia. O jovem médio ofensivo teria sido uma aposta melhor. Teria enraizado o amor à camisola e os princípios tácticos de Jorge Jesus. Como benfiquista espero que o próximo verão seja marcado pelo regresso de jogadores como João Cancelo e Bernardo Silva e na aposta de jogadores da formação B como Rui Fonte, Gonçalo Guedes, Bruno Varela e João Teixeira. Que Bernardo continue a brilhar no Mónaco e a mostrar a qualidade das escolas do Benfica.

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    Tomás Gomes
    Tomás Gomes
    O Tomás é sócio do Benfica desde os dois meses. Amante do desporto rei, o seu passatempo favorito é passar os domingos a beber imperial e a comer tremoços com o rabo enterrado no sofá enquanto vê Premier League.                                                                                                                                                 O Tomás escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.