Depois de o caso Apito Dourado ter ficado além no tempo, o Benfica usou na passada noite o programa “Chama Imensa”, da BTV, para fazer denuncias acerca do Futebol Clube do Porto e trazer à tona aquilo a que resolveram chamar “O Novo Apito Dourado”.
Todos sabemos o escândalo ou vergonha que foi este processo, todos nos recordamos das escutas e nenhum esquecerá a decisão da juíza que teria, alegadamente, ligações (indiretas) a Pinto da Costa. Não há dúvidas que existiu, de facto, corrupção. A população teve, na sua posse, escutas e só duvida delas um qualquer alucinado. Portanto: sim, existiu o apito dourado; sim, existiram escutas ilegais perante o tribunal; sim, há provas de corrupção e sim, este caso ficou lá atrás.
A questão que coloco, no entanto, é a seguinte: Porquê o “Novo Apito Dourado”? E porquê agora?
Ninguém achou que Pinto da Costa já não se tentava impor. Jamais alguém acreditou que Jorge Nuno Pinto da Costa iria deixar de ser influente no futebol português. Então, isto não surge por se descobrir, ou se suspeitar, que o presidente do FC Porto tenta ainda coagir árbitros. Honestamente, a única resposta que me ocorre é uma medição de forças que concentram os esforços fora das quatro linhas.
A que ponto chegámos? No auge de um dos piores momentos do futebol português, o Benfica, o único que não ia em palhaçadas, cai na pior de todas. Cede às pressões, aos “e-mails” e a Francisco J. Marques e cai no ridículo, criando um novo caso, com um “diz que disse” e numa aparente tentativa de desviar as atenções para o norte. Ora, por que quer o Benfica desviar as atenções? Ou foi só o timming que deu esta sensação? “Investigue-se”
Por acaso, o “Chama Imensa” poderia passar o seu nome para “Investigue-se”. Mas, investigue-se? Investigue-se aquilo que se diz para o ar? Em que mundo estamos? Talvez seja o meu lado feminino e maternal a falar, mas a vontade que tenho é de pegar em Luís Filipe Vieira, José Marinho e todos os seus amigos que alinham nestas brincadeiras e senta-los à volta de uma mesa enquanto lhes olho com ar de desilusão e lhes pergunto pausadamente o que raio se passa nas suas pequenas cabeças.