Há um ritual pelo qual grande parte de nós já passou – ser o novato. Acontece quando chegamos a uma escola nova e temos pela frente uma turma da qual nada sabemos, acontece quando mudamos de casa e temos de arranjar novos amigos, e então procuramos ajustar-nos ao grupo que nos “fixe”, ou quando entramos num autocarro a meio do trajeto e lá dentro já vai gente desde da primeira paragem e olha para nós como “este é novo e já quer um lugar”. Deve ter sido, mais ou menos, por isto que o Zivkovic passou este ano.
Sendo o “puto” novo lá do sítio e, estando numa era onde o futebol vive de aparências e dogmas, quando este sérvio de 20 anos chegou à Luz tinha, em cima dele, o estatuto de “jovem promessa”.
Os créditos dados no seu país de origem suportavam esse estatuto. Miúdo formado nas escolas do Partizan de Belgrado, começou a ser utilizado, de forma regular, na equipa principal há três anos. A ajudar a isso tudo vieram os golos, tinha “ginga”. Enfim, todo um conjunto de condições que faziam dele alguém de quem podíamos esperar muito.
Contudo, estas coisas têm sempre muito que se lhe diga. Até à data, o sérvio já leva 20 jogos de águia ao peito. Na sua grande maioria com boas exibições (claro que há umas menos boas, e sem golos). Não sei se pelo uso que Rui Vitória lhe tem dado, se por aquilo que lhe é transmitido nos treinos ou se pelo facto de nem ser dos que mais remata quando está em campo, mas Zivkovic, no que toca a bater a bola para dentro das redes, tem estado tímido.
Foto de Capa: SL Benfica