Penafiel 0-1 Benfica: Taça rima com Sulejmani

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    Miralem Sulejmani. É este o nome do jogador que colocou o Benfica nas meias-finais da Taça de Portugal, pela terceira vez em quatro anos. Num jogo duro e difícil para as águias, perante uma combatente e solidária equipa do Penafiel, foi o extremo sérvio quem destronou a muralha penafidelense, sendo decisivo em mais um jogo das Taças, desta vez, a de Portugal.

    Nesta partida, no Municipal 25 de Abril, só uma das equipas procurou, de facto, ganhar o jogo e decidir tudo no tempo regulamentar. Pelo seu maior poderio face ao adversário, essa equipa foi a do Benfica. Contudo, passar este teste não foi tarefa fácil para os comandados de Jorge Jesus. Pela frente, encontraram um adversário que, apesar do natural respeito que teve pelos encarnados, nunca virou a cara à luta e disputou, com as suas armas, o jogo com uma equipa claramente superior em todos os aspectos. A turma penafidelense complicou, e de que maneira, o jogo ao Benfica, não através da criação de oportunidades de golos – essas não as tiveram -, mas na forma eficaz e organizada como defenderam e na agressividade com que disputaram cada lance.

    Durante a semana, Jesus tinha dito que não iria fazer poupanças para o dérbi de domingo, mas tal não se verificou. Lima, Gaitán, Markovic, Garay, Fejsa, Oblak e Rodrigo, todos titulares na ultima jornada do campeonato, não figuraram no onze inicial do Benfica, que, assim, entrou com um onze parcialmente renovado, mas recheado de qualidade. Dos jogadores que mereceram a confiança do treinador encarnado, praticamente todos eles mostraram serviço e deram sinais de que podem ser apostas mais recorrentes em futuros jogos. André Gomes e Djuricic, sobretudo, voltaram a mostrar qualidade na circulação de bola e serviram quase sempre bem os inspirados extremos Sulejmani e Cavaleiro.

    Com um Benfica a querer mandar no jogo desde o início, as oportunidades de golo, ao longo deste, não foram uma constante, salvando-se os primeiros 25/30 minutos do encontro. Nesta fase, os encarnados mostraram-se sérios e atrevidos, criando uma série de lances que poderiam ter dado em golo. Cardozo, que voltou ao onze titular quase três meses depois, e Jardel ameaçaram o tento, logo nos primeiros minutos. Ainda na primeira metade, Sulejmani dispôs de boa oportunidade para inaugurar o marcador, antes do intervalo, mas o nulo manteve-se até ao descanso.

    À imagem do que se tinha sucedido no final do primeiro tempo, o Benfica entrou na segunda parte com um ritmo lento e um futebol pouco esclarecido. De facto, a intensa rodagem de jogadores mostrou-se prejudicial para o jogo encarnado, que, durante boa parte da partida, não conseguiu impor um futebol eficiente e autoritário. Com o passar dos minutos, Jesus foi-se apercebendo de que as coisas não estavam fáceis e de que era necessário refrescar o ataque. Com a quebra do Benfica, o Penafiel começava a sentir que poderia causar uma surpresa aos encarnados e que o seu estilo de jogo combativo teria os seus frutos. Nessa medida, o treinador do Benfica percebeu que teria de lançar Lima, Rodrigo e Markovic, e acabou por fazê-lo no decorrer da segunda parte.

    Sulejmani no único - mas decisivo - golo da noite Fonte: Jornal de Notícias
    Sulejmani no único – mas decisivo – golo da noite
    Fonte: Jornal de Notícias

    A entrada de três habituais titulares teve o efeito ideal na equipa, que, a partir daí, se tornou mais perigosa e acutilante ofensivamente. Lima, sobretudo, entrou bem no jogo e foi criando desequilíbrios na bem estruturada muralha defensiva do Penafiel. Foi precisamente num desses desequilíbrios do brasileiro que nasceu o único golo do jogo. Lima recebeu a bola e desmarcou inteligentemente Rodrigo, que passou para Sulejmani desferir um bom remate de pé direito, o seu pior pé, e enviar o Benfica para as meias-finais de Taça de Portugal. Mais um golo decisivo do sérvio, que, há semanas, havia marcado o único golo da vitória das águias sobre o Gil Vicente, para a Taça da Liga. Sulejmani com o pé quente nos jogos das Taças, mostrando que está preparado para entrar em jogos mais exigentes. Hoje, foi o melhor dos encarnados e a figura da partida.

    Até ao final, Lima ainda ameaçou o segundo golo, mas permitiu a defesa do guarda-redes do Penafiel. O resultado, esse, não se veio a alterar, e um golo bastou ao Benfica para seguir em frente.

    Agora, é tempo de pensar no dérbi de domingo, frente ao Sporting, e nos restantes jogos do campeonato e Liga Europa.

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    João Pedro Óca
    João Pedro Ócahttp://www.bolanarede.pt
    O João Pedro Óca é um alentejano a fazer o gosta mais em Lisboa: jornalismo, sobretudo desportivo, na TVI e na CNN Portugal. Além disso, ainda dá uma perninha como narrador na Eleven.