O momento do ano:
Bicampeonato: É óbvio que podia ter optado pela saída do treinador bicampeão para o Sporting mas o Clube é e será sempre maior do que qualquer pessoa, mesmo que este bicampeonato muito se tenha devido a Jorge Jesus: pegou numa equipa desfeita pela venda de inúmeros jogadores fundamentais, remendou-a e o Marquês voltou a encher-se em Maio. A conquista de um “bi” 31 anos depois deixou o Benfica (muito) mais perto de reconquistar a hegemonia do futebol português, mas Luís Filipe Vieira seguiu um caminho e Jorge Jesus seguiu outro. O tempo dirá as consequências que a saída do treinador irá trazer a curto e médio prazo.
O Jogador do ano:
Jonas: Era impensável pensar naquilo que Jonas tem feito aquando da chegada do brasileiro em Setembro de 2014: meio desconhecido, desempregado e com 30 anos, Jonas chegou à Luz sob alguns olhares de lado da maioria dos benfiquistas. A verdade é que foi às suas costas que o Benfica se lançou para o bicampeonato e é um dos melhores jogadores que passaram na Luz nas últimas largas décadas. Jonas vive muito para lá dos números mas os 45 golos (32 em 2015, o 12.º melhor marcador dos campeonatos europeus) em 58 jogos com a camisola encarnada são a evidência da imensa qualidade do brasileiro. A dupla com Lima foi de um sucesso tremendo mas a dúvida para 2016 reside em Jiménez ou Mitroglou: qual deles será o melhor companheiro para que a categoria de Jonas sobressaia?
A desilusão do ano:
Maxi Pereira: Nem o adepto mais pessimista poderia adivinhar a repugnante “traição” que Maxi Pereira fez ao Benfica. Pelos vistos, os 333 jogos de águia ao peito ao longo de 8 épocas, a braçadeira de vice-capitão e a ligação “especial” que tinha com os sócios e adeptos do Benfica não foram razões suficientes para que o uruguaio pensasse duas vezes naquilo que fez. Podia ter entrado para as páginas douradas do Clube mas, com o que fez, será para sempre visto como um traidor.
A surpresa do ano:
Nélson Semedo: Se Maxi Pereira foi a “tempestade” de verão, Nélson Semedo é a “bonança”. A saída do uruguaio deixou o mundo benfiquista em alerta, dada a enorme importância que o lateral-direito vinha tendo nos últimos largos anos. A mudança de política do Benfica para a aposta nos jovens da equipa B e da formação traz maiores dificuldades a Rui Vitória mas não será pelo lado direito da defesa que isso se fará sentir. Nélson Semedo chegou, viu e agarrou o lugar e muita falta tem feito desde a sua lesão.
Uma palavra de muito apreço ainda para as modalidades do Clube, que viveram o melhor ano de sempre. O Benfica é o actual campeão de todas as modalidades de pavilhão excepto no andebol, venceu 15 das 21 provas oficiais de 2014/15 e estes números falam por si. Um trabalho de excelência de Luís Filipe Vieira neste capítulo e que, em 2016, pode conhecer maiores sucessos para lá das fronteiras de Portugal: a equipa de Futsal estará presente na Final4 da UEFA Futsal Cup e acredito que a equipa de Hóquei em Patins possa também chegar muito longe na Liga Europeia.
Foto de Capa: SL Benfica