SL Benfica 0-2 FC Bayern Munique: Renato reencontrou a Luz de orgulho ferido

    Depois de passar com sucesso a 3.ª pré-eliminatória e o playoff, o Benfica regressou à fase de grupos de Liga dos Campeões e começou como acabou há meses atrás, a perder. Depois de terminar a campanha da passada edição da Liga dos Campeões com zero pontos, surgiu um novo episódio dessa desastrosa novela que teve como principal protagonista Renato Sanches. O jogador formado nas escolas do Benfica que se transferiu precisamente para o adversário deste jogo, o Bayern Munique, marcou o segundo golo de dois que os alemães fizeram em Lisboa. 0-2 foi o resultado final.

    O treinador do Benfica, Rui Vitória, decidiu apostar no mesmo onze com que goleou o Nacional, na Madeira. Seferovic continuou a ser a aposta no ataque «encarnado». Uma experiência anterior na Bundesliga podia fazer a diferença perante os oponentes bávaros, mas isso não se sucedeu.

    Já no Bayern de Munique, face à lesão de Corentin Tolisso, a novidade foi precisamente Renato Sanches. O jovem médio não alinhava num jogo oficial pelos germânicos há mais de um ano e certamente está a merecer a aposta do treinador Niko Kovač.

    Foi o ‘bulo’, campeão europeu por Portugal em 2016, que iniciou a jogada do primeiro golo da partida. Decorriam apenas dez minutos no Estádio da Luz quando Renato Sanches passou a bola para o corredor esquerdo dos alemães, onde estava Ribéry. O médio foi até ao interior da área para entregar a bola na faixa a Alaba. O austríaco cruza para os pés de Lewandowski à entrada da pequena área que, ao dominar, simula um remate de primeira que bateu Grimaldo. Feito isso, o avançado polaco não perdoou e chutou para o fundo das redes de Vlachodimos (0-1).

    Quer antes ou depois do jogo, o comportamento defensivo do Benfica foi vários momentos vulgarizado. A pressão que o Bayern fazia sob a equipa da casa era letal, mas a principal fraqueza do Benfica foi numa das suas valências, o ataque pelas alas. Os defesas laterais Kimmich e Alaba não proporcionaram em nada uma boa noite para os extremos benfiquistas, apesar de ser pelos corredores que surgia alguma esperança nas bancadas da Luz.

    À entrada da meia hora e até ao fim da primeira parte, o Benfica conseguiu subir mais no terreno, estando alguns minutos no meio-campo do Bayern para fazer alguns remates à baliza de Neuer. Foi nesta altura em que os «encarnados» viam que tinham de fazer um maior jogo de paciência em trocar a bola, mas era de pouca dura. O Benfica queria sempre solicitar um jogador na ala e, se não fosse um caso, um futebolista ao meio. Muito se ouviu no estádio “chuta, chuta” e era isso a parte da solução.

    Renato Sanches – que era um dos jogadores a observar na antecâmara desta partida – começou bem a partida, mas mostrou-se algo apagado no primeiro tempo. Em algumas transições de bola do Bayern Munique, o português foi quase sempre intercetado em momentos que um jogador do calibre desta equipa costuma quase sempre fazer a diferença. Mas o melhor estava mesmo para vir na segunda parte onde se cumpriu o momento da noite e o golo que ditava o resultado da partida.

    Minuto 54 e a jogada é, diga-se de passagem, muito boa. Kimmich, de costas para o campo e muito perto da linha final pois estava pressionado, alivia a bola para Robben que consegue fazer um toque com a sola do pé. O esférico chega a Renato Sanches que faz um sprint para o meio-campo do Benfica. O português dá a Lewandowski à entrada da área encarnada enquanto se avançava ainda mais no terreno. O polaco dá a bola para o lado esquerdo, ocupado por Ribéry, que cruza rasteiro para a pequena área. Lá estava Renato Sanches para encostar fazer golo (0-2). Um silêncio ensurdecedor no Estádio da Luz, mas mal que o jovem jogador português se tinha levantado do relvado, este levanta os braços a pedir desculpa e os adeptos do Benfica já estavam também de pé para um aplauso.

    Renato Sanches teve um regresso agridoce à Luz
    Fonte: Carlos Silva/Bola na Rede

    Toda esta jogada foi um de diversos exemplos em que a pressão alta do Benfica, com dois jogadores muito perto da bola dominada pelo adversário, dava sempre algum espaço ao Bayern para criar as oportunidades que cria variando sempre das alas para o meio e vice-versa. Os «encarnados» viam sempre alguma dificuldade em defender, mas também criou as suas oportunidades com alguns remates de longe e bola parada. No segundo tempo, o melhor momento do Benfica que pode ser digno de registo é um cabeceamento de Ruben Dias vindo de um livre de Pizzi aos 59’ minutos. Neuer teve de dar uma palmada para canto que, também convertido pelo médio português, terminou em remate de cabeça de Jardel, que caiu para as mãos do guarda-redes alemão.

    Após o segundo golo, misturou-se o orgulho dos benfiquistas em Renato Sanches com o desalento de uma nova derrota nas competições europeias. Sentiu-se o silêncio em praticamente todo o estádio que foi pouco abafado pelos adeptos no topo sul. Perto do final ouvia-se bem alto os adeptos que ainda ficaram na Luz a citarem o hino “eu sou de um clube lutador” e a terminar “com muito amor”.

    Vitória justa do Bayern – que jogou da forma que se esperava – sobre o Benfica que necessita de retirar ilações para poder confrontar os próximos jogos da Liga dos Campeões, que tanto lutou para entrar, com maior confiança. Segue-se o AEK de Atenas, na Grécia.

    Onzes iniciais:

    SL Benfica: Vlachodimos; André Almeida, Ruben Dias, Jardel e Grimaldo; Fejsa, Gedson Fernandes (Zivkovic 74’) e Pizzi (Rafa 61’); Cervi, Salvio (Gabriel 61’) e Seferovic.

    FC Bayern Munique: Neuer; Kimmich, Boateng, Hummels e Alaba; Javi Martínez (Müller 87’), Renato Sanches e James Rodríguez (Goretzka 78’); Ribéry (Gnabry 61’), Robben e Lewandowski.

    - Advertisement -

    Subscreve!

    Artigos Populares

    Francisco Correia
    Francisco Correiahttp://www.bolanarede.pt
    Desde os galácticos do Real Madrid, do grandioso Barcelona de Rijkaard e Guardiola, e ainda a conquista da Liga dos Campeões do Porto de Mourinho em 2004, o Francisco tem o talento de meter bola em tudo o que é conversa, apesar de saber que há muitas mais coisas que importam. As ligas inglesa e alemã são as suas predilectas, mas a sua paixão pelo futebol português ainda é desmedida a par com a rádio. Tem também um Mestrado em Jornalismo na Escola Superior de Comunicação Social, em Lisboa.                                                                                                                                                 O Francisco não escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.