Depois da vitória do FC Porto no clássico, o SL Benfica teve sobre os seus ombros uma pressão acrescida: somar mais 3 pontos para voltar a estar a 5 pontos da liderança. Rui Vitória não arriscou alterações e apresentou o mesmo 11 inicial. E fê-lo bem: a equipa da casa começou bem o jogo, com o Benfica a fazer circular a bola com muita agilidade e urgência, tanto nas alas como a partir das zonas mais recuadas do terreno.
Por sua vez, o Marítimo não conseguiu travar as arrancadas de Rafa e os cruzamentos de André Almeida. Já se vai tornando previsível que todas as equipas que joguem na Luz tenham uma dificuldade incomensurável em bloquear os criativos de Vitória: nem a previsibilidade das diagonais da lateral para o meio de Grimaldo foram anuladas pelo lateral direito do Marítimo, Bebeto.
Eis que chegou um momento esbelto com Jonas, o melhor jogador do campeonato português, a inaugurar o marcador com um pontapé airoso. A turma de Rui Vitória não parou, à imagem daquilo que tem acontecido nos últimos jogos: a defesa adversária prefigurou-se de manteiga a Grimaldo, que fez aquilo que quis. O lateral esquerdo espanhol combinou com Zivkovic que, com um passe engenhoso, soltou o defesa. De seguida, agilmente, Grimaldo picou a bola sobre o guardião Charles Silva.
Fejsa, sozinho, impediu 99% das progressões dos jogadores do Marítimo: o tanque sérvio foi o elemento com maior destaque na zona mais recuada do campo. Aos 35 minutos, depois de mais um cruzamento tenso de André Almeida, o mágico Jonas faz um golo do outro mundo: o 29º golo no campeonato.
Aquilo que os adeptos que estiveram presentes no Estádio da Luz viram foi uma sessão de entretenimento puro, protagonizada por uma equipa confiante e que nunca parou de procurar mais golos. Chegou ao quarto golo antes do intervalo, depois de um penalti convertido por quem? Já nem espanta: Jonas – terceiro golo do brasileiro.
O Presidente do Marítimo, Carlos Pereira, via, do assento presidencial, a sua equipa a perder a cabeça: João Gamboa decidiu tentar fraturar a perna de Andrija Zivkovic. Foi, naturalmente, expulso. A partir desse momento, a formação chefiada por Daniel Ramos não encontrou outro caminho que não fosse o recuo das linhas: tentando implantar uma muralha em frente à sua baliza.
O sérvio Zivkovic faz o 5º golo encarnado aos 81 minutos. Não faz um golo, faz um golaço: com o pé menos forte, Andrjia deu o efeito que quis ao esférico, que foi de encontro ao ângulo mais afastado da baliza dos verde-rubros. O jovem já merecia, e só não é justo brindá-lo com a apreciação de melhor jogador em campo porque existe um Jonas.