Quem é que não recorda com saudade o tempo de Argel, Hélder, Ricardo Rocha, Fyssas, Alcides. Enfim, tudo grandes lendas, mas ninguém tem saudades dessa altura. Aqueles dos quais os benfiquistas têm mais saudades são mais recentes como Garay ou David Luiz, que diga-se e a bom da verdade, que desde que deixaram o a Luz, não tiveram a maior das felicidades, apesar de um deles ter conquistado a Liga dos Campeões e a Liga Europa, mas mais uma vez, nem sempre troféus são sinal e felicidade.
Deixando o passando e voltando aos tempos de hoje, o Benfica tem uma das defesas mais sólidas do campeonato e da Europa. Apesar das ausências e da inconsistência que elas provocam, os encarnados têm nos primeiros metros do terreno uma boa fortaleza. Lindelof e Grimaldo são os alunos com maior presença, Jardel e Luisão vão alternando dependendo de quem está disponível ou não, e Nélson Semedo é o dono da lateral-direita pelo menos até André Almeida estar no pleno das suas condições
Do ponto de vista dos números são 10 golos sofridos em 14 jogos oficiais, parece uma média um pouco tremida, verdade, mas fora o comportamento na Champions responsável por metade destes 10 golos, onde 4 dos 5 foram sofridos em Nápoles, o Benfica tem estado impecável.
A estabilidade e comportamento defensivo do Benfica não se deve única e exclusivamente à qualidade dos seus jogadores. A atitude da equipa do meio-campo para a frente e a boa relação entre os jogadores e Rui Vitória têm sido factores decisivos que contribuem para uma performance como a que se tem visto.
Mais ao detalhe e, analisando os comportamentos dos sujeitos mencionados no segundo parágrafo, Grimaldo é a grande novidade e adição à defesa do Benfica. Já o ano passado, no final da época, tinha dado sinais de que viria a ser o novo lateral-esquerdo do Benfica, quando Vitória foi-lhe dando minutos no lugar de Eliseu. Ora, Eliseu foi campeão da europa e isso significa estatuto, mas a idade do argentino e a qualidade fizeram com que o português passa-se a ser a hipótese B do treinador.
Lindelof é o que já sabemos. Bom quando sai a jogar, na marcação homem-a-homem, o controlo do espaço, e tem aquele quê que apreciamos num defesa-central, sempre uma boa arma nos cantos. Tal como Grimaldo, o sueco deu cartas o ano passado, bem mais do que as do argentino, visto que foi titular boa parte do tempo ao lado de Jardel.
E é dele que falamos agora, Jardel. Pessoalmente não é dos meus defesas favoritos, mas tenho de reconhecer que é um pilar na defesa encarnada e o melhor aluno de Luisão. Veio na altura e que Garay se foi e encaixou no onze desde então. Tecnicamente não é dos melhores, mas taticamente é muito completo e nunca deixa a equipa descompensada.
Dos mais utilizados regularmente falta falar de Nelsinho. Os fãs mais acérrimos do Benfica dividem os seus amores no que toca a esta posição entre a estabilidade de André Almeida e a capacidade ofensiva de Semedo. Ora, como já foi dito anteriormente, André ainda é uma carta fora do baralho, pela sua recente recuperação, e nesse aspeto não há dedos a apontar a Nélson Semedo, que mesmo do ponto de vista defensivo está mais completo.
Esta defesa do Benfica é boa e faz lembrar as mais antigas que os mais velhos recordam e é o perfeito exemplo de que os encarnados têm nesta altura a melhor equipa e estrutura base do campeonato, porque para uma equipa ser campeã, tem de ter uma boa defesa.
Foto de capa: SL Benfica