A crise nos defesas-centrais em Portugal

    Cabeçalho Futebol NacionalDesde que me lembro, uma coisa pela qual o futebol português se destacava, era por possuir muitos defesas-centrais de qualidade, tanto a nível de clubes, como a nível da selecção nacional.

    O FC Porto, desde há muito que iniciou uma longe tradição com defesas-centrais. Começando por António Lima Pereira, passando por outros nomes portugueses e estrangeiros como Celso, Geraldão, Fernando Couto, Aloísio, Jorge Costa, Jorge Andrade, Ricardo Carvalho, Pepe, Bruno Alves, Otamendi e Mangala.

    O Sport Lisboa e Benfica também já dispôs nas suas equipas dfesas centrais de grande categoria a nível nacional e internacional. A nível nacional teve Germano, Humberto Coelho, António Bastos Lopes; estre estrangeiros teve os internacionais brasileiros Mozer, Aldaír e Ricardo Gomes, aquele que seria o primeiro capitão estrangeiro da história do clube. Já neste século teria também Luisão, David Luiz e Garay.

    O Sporting, não tendo tanta tradição, também já teve alguns defesas centrais de craveira internacional como os brasileiros Ricardo Rocha, André Cruz e Anderson Polga, o holandês Stan Valcx, ou o marroquino Naybet.

    Como tal, a selecção nacional também já teve defesas-centrais de grande qualidade a representarem a equipa das quinas ao mais alto nível: Jorge Costa, Fernando Couto, Beto, Jorge Andrade, Ricardo Carvalho, Pepe, Bruno Alves…

    Rúben Dias é das maiores promessas do futebol nacional Fonte: Facebook Oficial Sport Lisboa e Benfica - Formação
    Rúben Dias é das maiores promessas do futebol nacional
    Fonte: Facebook Oficial Sport Lisboa e Benfica – Formação

    No entanto, eu tenho andado a verificar que esta posição tem estado em crise no futebol português, não só pela escassez de defesas centrais jovens de grande qualidade, como pela dificuldade que alguns defesas-centrais estrangeiros que por cá passaram têm tido em afirmar-se em ligas de um patamar competitivo superior.

    Nesta segunda situação, verificam-se nos casos de Mangala e de Lindelof. Sendo que até o argentino Otamendi, só agora na sua 4ª época no estrangeiro parece afirmar-se no actual líder da Premier League.

    Na primeira situação, o caso é um pouco mais complexo. Nesta década, têm sido vários os bons resultados alcançados pelas nossas selecções jovens nas competições internacionais. Como tal, têm sido alguns os defesas-centrais referenciados como promessas do futebol nacional. Porém, por um ou por outro motivo, estes tardam em afirmar-se no panorama do futebol nacional. E com isso, os defesas-centrais chamados à selecção nacional são quase sempre jogadores experientes. Na última Taça das Confederações, Luís Neto era o central mais “jovem” com 29 anos.

    Porém, acredito que essa fase pode acabar com o aparecimento de Rúben Dias, que aos 20 anos, já tem sido titular na equipa principal do Benfica e mostra um grande perfil de líder. Tendo em conta os anos em que o futebol português anda a reclamar por um defesa-central jovem de grande qualidade, não ficaria admirado se este estivesse entre os 23 eleitos para o Mundial na Rússia.

    Mas não fica por aqui. Há outros defesas-centrais que podem vir a dar que falar no futuro, tais como Ricardo Ferreira, Domingos Duarte, Francisco Ferreira, Jorge Fernandes ou Diogo Queirós. Esperemos que estes tenham mais sorte que outros que acabaram por estagnar.

     

    Foto de Capa: FC Porto

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    Tiago Serrano
    Tiago Serranohttp://www.bolanarede.pt
    O Tiago é um jovem natural de Montemor-o-Novo, de uma região onde o futebol tem pouca visibilidade. Desde que se lembra é adepto fervoroso do Sport Lisboa e Benfica, mas também aprecia e acompanha o futebol em geral. Gosta muito de escrever sobre futebol e por isso decidiu abraçar este projeto, com o intuito de crescer a nível profissional e pessoal.