A “Força Aérea” (parte 2)

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    Terminada a primeira metade do campeonato – há já algum tempo… – chega a hora de fazer as contas à produtividade e eficácia dos ataques e defesas dos três grandes. Como já abordado num anterior artigo, o jogo aéreo tem elevada importância no desempenho dos crónicos candidatos ao título, seja pelos golos que alcançam, seja pelos que sofrem e causam perdas de pontos.

    Olhando caso a caso, e tomando regra de ordenação a classificação à décima-sétima jornada, serão analisados os números dos golos obtidos e concedidos pelo ar. Começando pelo líder na viragem do campeonato, o FC Porto obteve perto de um quinto (8) dos seus golos pelo ar. Mais a fundo, conseguimos perceber que dos 30 golos marcados no Dragão, 5 foram de cabeça (cerca de um sexto) e dos 15 marcados fora de portas, 3 foram de cabeça (exatamente 20 por cento). E se o contributo dos lances aéreos no ataque foi notado, na defesa verifica-se um misto de sensações; por um lado, dos seis golos sofridos no Dragão, nenhum foi de cabeça, mas por outro, dos três golos encaixados fora de casa, dois foram pelo ar. Apesar disso, a turma de Sérgio Conceição revelou-se a defesa menos batida da primeira volta e parece ser um caminho que vão percorrer afincadamente (dos 9 golos sofridos, apenas 2 foram de cabeça).

    Coates assume-se como um dos trunfos aéreos do Sporting CP  Instagram oficial Sebastian Coates
    Coates assume-se como um dos trunfos aéreos do Sporting CP
    Instagram oficial Sebastian Coates

    O segundo classificado na viragem do campeonato, o Sporting CP, alcançou sete golos de cabeça num total de 38 remates certeiros. Dos 20 golos conseguidos em Alvalade, apenas dois foram de cabeça, o que revela uma certa independência da equipa de Jorge Jesus pelos golos de cabeça. No entanto, se recordarmos os golos obtidos de bola parada, como penáltis, livres diretos de Mathieu ou Bruno Fernandes ou os remates de longe deste último, a fraca participação dos golos de cabeça nos pontos obtidos dentro de portas parece ser explicada. Por outro lado, jogando fora de casa, a situação inverte-se e tal pode ser explicado pelas equipas demasiado fechadas que os três grandes costumam encontrar. Prova disso são os cinco golos marcados de cabeça num total de 18 golos alcançados fora (perto dos 20 por cento). Pelo contrário, o jogo aéreo defensivo é mesmo um dos pontos fortes deste Sporting CP versão 2017/18; dos 10 golos sofridos na primeira volta, apenas um foi concedido pelo ar (fora de casa, apenas 10 por cento).

    Jonas, usa e abusa do jogo aéreo para garantir pontos à sua equipa Instagram oficial Jonas
    Jonas usa e abusa do jogo aéreo para garantir pontos à sua equipa
    Instagram oficial Jonas

    O SL Benfica é, dos três grandes, aquele que menos golos obtém de cabeça e também aquele que mais golos concede de cabeça. É, neste aspeto, uma equipa mais neutra no que toca à importância do jogo aéreo no seu estilo de jogo. Os encarnados conseguiram apenas seis golos de cabeça num total de 40 marcados. No estádio da Luz marcaram apenas 4 golos de cabeça num total de 23 e o baixo sucesso neste capítulo verifica-se também fora de portas; dois golos de cabeça em 17 tiros certeiros. No capítulo defensivo, é o “grande” que mais golos sofre de cabeça, apesar de ser uma estatística pouco distante dos rivais e pouco significativa (três golos). É o único “grande” a sofrer golos de cabeça no seu reduto (um golo, num total de quatro) e enquanto forasteiros encaixaram dois golos de cabeça num total de sete.

    Os clubes podem ou não dar importância ao jogo aéreo, mas a verdade é que a sua contribuição é inegável, evidente e poderá marcar a diferença. Um dos aspetos mais evidentes na liderança de Sérgio Conceição é o aproveitamento das bolas paradas e a taxa de conversão das mesmas é aceitável, mas os golos de cabeça não surgem só destes momentos do jogo. Também de bola corrida se alcançam golos de cabeça; foi assim o golo sofrido pelo SL Benfica na Madeira (CS Marítimo 1-1 SL Benfica) ou o golo de Fábio Coentrão no Bessa (Boavista FC 1-3 Sporting CP). Mesmo que os clubes não atribuíssem a devida importância a este capítulo do jogo – obviamente atribuem… – os adeptos encarregam-se de lhe conferir esse destaque. É ver como se ajeitam melhor no sofá ou levam as unhas à boca quando se prepara um canto ou um livre lateral. A favor ou contra…

    Foto de capa: Facebook oficial FC Porto

    Artigo revisto por: Jorge Neves

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    Diogo Pires Gonçalves
    Diogo Pires Gonçalveshttp://www.bolanarede.pt
    O Diogo ama futebol. Desde criança que se interessa por este mundo e ouve as clássicas reclamações de mãe: «Até parece que o futebol te alimenta!». Já chegou atrasado a todo o lado mas nunca a um treino. O seu interesse prolonga-se até ao ténis mas é o FC Porto que prende toda a sua atenção. Adepto incondicional, crítico quando necessário mas sempre lado a lado.                                                                                                                                                 O Diogo escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.