O Futebol Como Cultura: Em Portugal e em África

    O elemento mais comum dessa afirmação identitária pública foi, e é, a colocação de bandeiras portuguesas em janelas, varandas e carros. Cerca de 60% dos portugueses colocou bandeiras em diferentes locais da sua casa e 18% colocou bandeiras ou vestiu-se com as cores nacionais. As ruas foram palco para mais de dois milhões de portugueses celebrarem as vitórias e, pelo menos, 10% assistiram ao jogo nos diferentes espaços públicos criados para o evento. Esta afirmação identitária deixou traços marcantes na sociedade portuguesa pois, antes do início do Mundial da Alemanha de 2006, entre os portugueses 52% afirmavam pensar colocar uma bandeira nacional no exterior da sua casa durante os jogos de Portugal (Cardoso, Espanha & Gomes, 2007).

    O futebol é um espectáculo de massas. Não é apenas jogado dentro das quatro linhas dum campo. O futebol é um espetáculo de bairro, de rua e de escola, de colegas de trabalho e de torneios universitários, joga-se e vibra-se pela televisão e na rádio, entre amigos ou vizinhos, nos restaurantes, nos cafés e no emprego. Não há separação de raça, nem cor ou religião. O futebol vai muito além dos 90 minutos. O futebol ultrapassa níveis sociais, escolaridade ou qualquer outro tipo de diferença que possa haver entre pessoas.

    Campo humilde nas ilhas Maurícias Fonte: Bola na Rede
    Campo humilde na Ilha Maurícia
    Fonte: Bola na Rede

    Muitos seriam os exemplos de países que levam o futebol a outro nível. Podíamos referir países como Inglaterra, França ou até Espanha. No entanto, saindo um pouco do habitual vamos ver o exemplo de Angola, mais propriamente da Ilha Maurícia.

    Devido ao seu passado histórico, a Ilha Maurícia é influenciada por diversas culturas. Desde a sua comida, literatura e até ao desporto, pode-se encontrar influências crioulas, chinesas, francesas e indianas. E é nesse último caso que nos vamos focar. No desporto.

    Foi no começo do século XX, relativamente recente, que o futebol chegou a este país através de colonos britânicos. Algum tempo depois, começaram a surgir alguns clubes nas universidades, nomeadamente: “Royal College” e o “Saint-Joseph College”, e também no centro das comunidades da sociedade mauriciana.

    Ao sentir a necessidade de se organizar o futebol do país, foi fundada a Federação Mauriciana de Futebol (“Curepipe Spors Committee”), que mais tarde se tornaria “Maurítius Football Associations”, e que em 1962 se filiaram à confederação Africana de Futebol (CAF) e em 1964 à FIFA. Clubes como “Dodo Clube”, “Falcon Club”, foram fundados nesta altura.

    A história do futebol na Ilha Maurícia não foi algo que se destacou. Nas classificações para a copa do mundo nunca conseguiram ser classificados, o que fez com que em 2014 desistissem de jogar por questões financeiras.

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    Raquel Roque
    Raquel Roquehttp://www.bolanarede.pt
    A Raquel vem dos Açores, do paraíso no meio do Oceano Atlântico. Está a concluir a licenciatura em Estudos Portugueses e Ingleses. Guarda os clássicos da literatura, a Vogue e os jornais desportivos na mesma prateleira.                                                                                                                                                 A Raquel escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.