O mercado é sempre uma dor de cabeça para os clubes. Ora porque são sujeitos a esforços dantescos para proteger as suas jóias, ora porque tentam esticar o orçamento e garantir uma estrela ou suprir uma vaga deixada por alguma lesão ou castigo prolongado. São inúmeros os cenários e o adepto é contagiado pela febre das “compras” e até sofre para que o mercado feche ou desespera pela falta daquele reforço sonante que vai, teoricamente, conseguir-lhe o campeonato de mão beijada. Fantasias…
O mercado português está longe das realidades de Espanha e Inglaterra e mesmo desses novos poços de dinheiro que são a França e Itália. A realidade portuguesa resume-se a construir o plantel para a época em causa. Uma equipa portuguesa nunca aborda o mercado com o intuito de construir, ano após ano, uma equipa recheada de estrelas e discutir as provas europeias, ombro a ombro, com os “tubarões”. Isso verifica-se tão claramente no mercado de inverno. Os competidores da Primeira Liga movimentam-se na janela de transferências apenas se houver necessidade. Essa necessidade existe sempre; lesões ou castigos que precisam de ser colmatados, substituir jogadores que se transferiram devido ao seu bom desempenho ou jogadores que vão sair por terem desiludido com as suas prestações. É também bastante frequente reforçar o plantel consoante o apuramento, ou não, para as provas europeias. A necessidade de frescura física para um alargado leque de competições onde a equipa se insere a isso obriga. Com base nos empréstimos, movimentam-se bastantes jogadores, essencialmente dentro de portas. Quer isto dizer que o negócio entre competidores diretos da Primeira Liga ou de escalões inferiores é o privilegiado. Exceção feita aos “grandes” que procedem à recolocação de jogadores em equipas de outra dimensão competitiva, quer em Portugal, quer no estrangeiro, para que os mesmos evoluam com tempo de competição.