Guarda-redes-líbero, ou se preferirem o termo inglês, swepper-keeper. É possível que muitos fãs de futebol não conheçam este termo, mas a verdade é que é um termo mais antigo do que muitos possam imaginar. A utilização do guarda-redes-líbero era uma prática comum nos anos 50, principalmente em países como a Hungria e a Jugoslávia. Nesse tempo, a táctica privilegiada era o 3-2-2-3, mais conhecido por WM.
O húngaro Gyula Grosics, guarda-redes dos “Mágicos Magiares”, foi o grande pioneiro da função de guarda-redes-líbero, mostrando que sabia sair a jogar com a bola no pé dando apoio aos defesas, permitindo assim que a equipa pudesse construir jogo a partir de trás. Com o passar dos anos, apareceram mais alguns guarda-redes-líbero, como o holandês Jan Jongbloed ou o colombiano René Higuita, mas a evolução táctica que o futebol tomou, com a afirmação do 4-4-2 e do 4-3-3, fez com que esta “estripe” de guarda-redes não tivesse a continuidade desejada.
No entanto, creio que o futebol teve uma evolução significativa nesta década. Para ser mais preciso, essa evolução começou aquando do aparecimento do Barcelona de Pep Guardiola, que privilegiava um futebol de posse e de pressão alta, que permitia à sua equipa dominar o jogo e estar mais perto da vitória.
Entre esta sua ideia de jogo que revolucionou o futebol mundial, o técnico catalão exigia que o guarda-redes fosse mais um jogador de campo. Com isto, Victor Valdés herdou o papel que outrora pertencia aos guarda-redes dos “Mágicos Magiares” e da “Laranja Mecânica”. Estava assim dado o regresso dos guarda-redes-líbero.
Com isto, foram aparecendo mais guarda-redes-líbero, tais como Manuel Neuer ou Marc-André ter Stegen. E nos dias de hoje, os guarda-redes são cada vez menos avaliados apenas pelo seu desempenho entre os postes, porque a visão de Guardiola fez com que muitos treinadores ganhassem importância na forma como os guarda-redes controlassem a bola com os pés e soubessem iniciar a construção de jogo da sua equipa.